A Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara de Vitória recebeu nesta terça-feira (29/03), o médico ortopedista Thanguy Friço e o empresário Rômulo Correa Alves para debater sobre o uso do Canabidiol medicinal. O medicamento é aprovado pela Anvisa desde 2015, mas ainda é cercado de tabu.
O empresário Rômulo Correa Alves, da CBD Express, fez um breve histórico do uso da cannabis medicinal. “É uma planta utilizada há muito tempo, anterior a Cristo. No Brasil, em 2015, a Anvisa editou o direito aos pacientes de importar o medicamento para uso exclusivo. Hoje são mais de 30 mil pacientes no Brasil. São mais de 14 marcas com certificação para serem vendidas nas farmácias”, disse.
Alves conta que trata-se de um mercado que gera empregos, paga impostos e beneficia os pacientes. “São pacientes com dores crônicas, que precisavam usar morfina, e que deixam de usar medicamentos pesados para o alívio das dores”, disse.
Entretanto, a substância ainda é cercada de preconceito e desinformação. “Somos um país que ainda têm um tabu muito grande referente a cannabis, mas estamos falando de medicamento, de salvar vidas, e não de uso recreativo. Vejo diariamente a diferença que essa medicação pode fazer”.
As atualizações na legislação da Anvisa garantem não só a importação mais facilitada como também o estabelecimento de novas empresas. Alguns municípios, como Goiânia, já têm legislação que garante o acesso a essa medicação pela população.
Para o empresário, precisa-se regulamentar o uso do medicamento em mais municípios. “A questão da legislação têm avançar para que mais famílias tenham acesso a essa medicação. Hoje temos essa medicação nas farmácias, mas são muito caras e as famílias de baixa renda não têm acesso. A cannabis é porta de entrada para outras coisas: mais empregos mais negócios e mais saúde”, declarou.
Thanguy Friço, médico ortopedista, relatou que trabalha com pacientes com dor crônica, e que o medicamento alivia essas dores.
Ele ressaltou que quando é feita a extração correta, separa-se o canabidiol do THC. “O THC é uma molécula que a cannabis têm e o canabidiol é outra molécula. O THC é o que tem a função psíquica ativa quando utilizada em altas doses. Quando é feita a extração correta, consegue-se separar o canabidiol que será usado para diversas aplicações terapêuticas”, disse.
“Os pacientes com eplipesia, distúrbios alimentares, insônia, depressão, ansiedade e outros sintomas podem ter uma excelente opção terapêutica com o uso do CBD (canabidiol). Tudo precisa ser prescrito, o médico precisa conhecer esse recurso. Hoje o único meio que as pessoas têm é através da judicialização, o que é demorado e caro”, falou Thanguy.
A mãe do Leonardo, um rapaz autista, Célia Barbosa, defendeu a legalização do processo de produção e uso medicinal da cannabis. “O medicamento do meu filho não pode ser considerado uma droga. Há muito preconceito. Precisamos avançar no debate desse tema”. Ela disse que o filho está em processo de redução de medicação com o uso prescrito do óleo da cannabis.
Amanda Rodrigues, também mãe de autista, concordou com Célia e acrescentou que parou de dar diversas enzimas e remédios alopáticos por conta do uso medicinal da substância.
O vereador Davi Esmael falou de sua luta em favor do autismo e que o espaço legislativo vem sendo ocupado com discussões acerca do tema. Ele aprovou a sugestão do vereador Luiz Paulo Amorim de convidar o médico Thanguy para participar da Tribuna Livre e levar o assunto para o Plenário.
Estiveram presentes os vereadores: André Brandino (PSC), Anderson Goggi (PTB), Duda Brasil (PSL) e Davi Esmael (PSD).
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