A Secretária Municipal de Saúde de Vitória (Semus), Joanna D'Arc Victoria Barros de Jaegher, que assumiu há dois meses, apresentou as ações da pasta referentes ao terceiro quadrimestre de 2021 (3Q) e o acumulado no ano. Foram investidos R$ 314.446.770,98 em Saúde no município durante 2021. Isso significa um investimento de R$ 875,38 por habitante.

O percentual aplicado em ações e serviços de saúde pública foi de 16,36 % da despesa empenhada no exercício 2021. A base para apuração do percentual são as despesas empenhadas até o 3º Quadrimestre.

A Rede de Serviços de Saúde do município é formada por: 29 Unidades Básicas de Saúde; 4 Equipes de Consultórios na Rua; duas unidades de Prontos Atendimentos; Central de Insumos; Serviço de Vigilância Sanitária; 15 módulos de Serviço de Orientação ao Exercício; Vigilância Epidemiológica; Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA); Vigilância de Saúde do Trabalhador; Central de Transporte Sanitário (CTS); Laboratório Central Municipal (LCM); Serviço de Teleatendimento. São 2.878 servidores atuando na área da Saúde. Desses, 87,91% são efetivos, celetistas ou municipalizados.

O serviço de Teleatendimento registrou 4.844 atendimentos em 2021. As áreas atendidas foram: coronavírus, prescrição de repetição, infecção viral, hipertensão e/ou diabetes, ansiedade generalizada, dentre outros.

Dentre os destaques do terceiro quadrimestre a Secretária citou: a Casa Rosa e o Consultório na rua. “Trata-se de um projeto muito importante que temos. É um olhar ampliado; a abordagem é de respeito muito grande e pensando na equidade, na integralidade das ações e no respeito ao indivíduo”, citou.

O vereador André Brandino questionou a Secretária sobre o atendimento nos Prontos Atendimentos infantis e  pelo "Saúde em Familia".

A Secretária esclareceu: “temos uma fila complexa para atendimento na atenção ambulatorial que precisa ser requalificada, estratificar o risco e atendê-la. Assim vamos ampliar os serviços e fazer uma atenção integral. O usuário vai para a base, que é a unidade de atenção primária, e vai completar o ciclo de necessidade de saúde em toda a rede”, disse. “Nossa proposta é a instrospecção para fazermos esse resgate para a que nossa população se sinta acolhida”.

Ela continuou: "é preciso um novo olhar para o processo e que estão trabalhando para requalificar e reestruturar (o atendimento). Temos que fazer um cálculo da cobertura populacional e o referenciamento para a unidade de saúde e já estamos a caminho”.

Brandino também quis saber sobre concursos para agentes comunitarios e de combate à epidemias. A Secretária disse que chamou 90 aprovados no último concurso e que existe a discussão para abrir outros concursos.

A vereadora Camila Valadão elogiou o comprometimento da servidora. “Fico feliz em ver o compromisso da senhora com os níveis de atenção do Sus, o que significa manter em pleno funcionamento, com equipes adequadas todos nossos equipamentos públicos”.

Camila também perguntou sobre o pagamento de gratificação aos profissionais da Saúde em Familia e sobre os consultórios odontológicos que não foram adaptados para que os profissionais o usem.

A Secretária admitiu a inadequação dos consultórios e afirmou que está cuidando disso e que estão readequando os contratos. “A questão da saúde bucal é fundamental, e de uma maneira geral há bebês prematuros por conta da saúde bucal da mãe. Temos uma estrutura boa, bons profissionais e faremos a readequação”, garantiu.

Em relação ao pagamento de gratificação; Joanna D’Arc afirmou que está sendo feito um plano para que essa gratificação seja baseada em indicadores. “A proposta está sendo consolidada. O profissional precisa ser visto no seu desempenho. Temos profissionais adoecidos também e eles precisam de ter condições de trabalho. Estamos fazendo um grande trabalho nesse sentido para que o profissional também seja acolhido. Nossa maior riqueza na Saúde chama-se RH”, ressaltou.

O vereador Anderson Goggi parabenizou a Secretária pela apresentação. Ele comentou sobre a troca de plantão no atendimento infantil e afirmou que no Pronto Atendimento de Vitória não tinha pediatra. A Secretária lembrou que deve-se seguir um protocolo, como o protocolo de Manchester.

“A troca de plantão é problema em diversos lugares, mas muitas vezes o médico sai de um plantão e vai para outro… vejo a necessidade de reorganizar a rede, trazer profissionais, criar protocolos… não tem improviso na saúde e isso é um processo que estamos cuidando”, esclareceu.

Sobre os pediatras, a Secretária disse que na estrutura primária, não é exigido o pediatra presencialmente e que esse profissional está em falta no sistema. “O que estamos fazendo é colocar pediatras em algumas unidades e também trabalhar com teleconsulta. Não pode é deixar de ter o atendimento”. 

O vereador Duda Brasil perguntou sobre o atendimento às crianças autistas e por que o PA Infantil saiu da Praia do Suá e foi pra a Ilha de Santa Maria.

“Não posso dizer porque o PA mudou, porque posso errar já que foi uma decisão tomada no passado", destacou Joanna D'Arc. "Mas não pudemos voltar para Santa Maria porque as crianças ficam no segundo andar e não tem rota de fuga. Decidimos fazer pela lógica; fazer na Enseada do Suá, onde terá o terceiro e o quarto andar, que terá o isolamento respiratório. O atendimento do PA é muito intenso e precisamos de tempo para tocar a obra. Temos que fazer com segurança”.

Sobre o atendimento a pessoas com deficiencias e autistas, Joanna esclareceu que foi lançado um credenciamento para esses usuários e que a proposta é que esse paciente tenha uma linha de cuidado. “A pessoa tem que se encaminhar para o sistema e voltar para a atenção primária”, descreveu.

A Mesa da Prestação de Contas foi composta pela Secretária, pelo Subsecretário de Relações Institucionais, Alberth Kauê Oliveira e pelos vereadores André Brandino e Duda Brasil. Também estiveram presentes os vereadores: Anderson Goggi, Camila Valadão e Maurício Leite.

Texto:Fátima Pittella

Imagem: Teo Gelson Santos

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