A Câmara Municipal de Vitória recebeu nesta quinta-feira (20/04) a Secretária de Educação, Juliana Rohsner, para falar sobre os avanços e dificuldades de promover uma educação pública para todos. Também participou do debate a coordenadora de Educação Especial, Carla Gagno Gumiero, os vereadores Davi Esmael, André Brandino e André Moreira, além de educadores e pais de pessoas com deficiência.
A Secretária iniciou mostrando que Vitória há muito tempo é reconhecida como lugar de excelência para a educação especial. “A escola pública muitas vezes têm mais condições do que a escola privada de acolhimento e de reconhecimento de quem são essas pessoas, porque é na escola pública que eles estão”, afirmou.
“A gente acredita numa educação inclusiva que é muito mais do que ter o aluno com deficiência na escola. Há pouco tempo eles ficavam em guetos, em espaços para aqueles públicos. Nossa luta é para que eles estejam na escola com integração, acolhimento e aprendizagem”, relatou.
Ela reconheceu que os documentos norteadores da escola são ótimos, mas que nem sempre correspondem à prática. “Não preciso reescrever documentos, mas sim garantir que eles existam na escola. Garantir que eles existam na prática”, afirmou.
Dentre as conquistas, a Secretária destacou que a criação do cargo e o aumento do número de cuidadores foram grandes avanços. Ela explicou que também foi importante fornecer formações para os professores para a educação especial.
Além disso, o município investiu R$ 2.300 em cada programa “Tix letramento”, que é um teclado especial para quem tem deficiência e que atua até com o piscar do olho. Também há na equipe pedagógica; professores especializados, assistentes de Educação Infantil, estagiários de Apoio Pedagógico, Tradutores/intérpretes de LIBRAS e cuidadores.
O vereador André Moreira falou que a condição das pessoas com deficiência mostra que precisamos, como sociedade, cuidar do outro. “Esse é um tema que perpassa a todos. A pessoa com deficiência pode ser um modo de a gente entender o humano. Precisamos pensar na escola como bem comum”, disse.
Davi Esmael reconheceu que problemas existem. “Trabalharemos criança a criança, em sua individualidade. Reconhecendo o problema, poderemos enfrentá-lo. Vamos fazer reuniões a cada dois meses para constatarmos os avanços que formos tendo”, disse.
Para o vereador André Brandino, muitas reclamações são bem enfáticas. Ele questionou se a dificuldade em ter um responsável para cuidar dessas crianças seria uma dificuldade do grupo de gestores dos ambientes escolares em aceitar o novo formato da gestão, e porque há a percepção de que falta estagiário e cuidador.
A Secretária esclareceu que o município passou por uma crise para a contratação de estagiários, mas que número de estagiários aumentou. “O cenário pós-pandêmico na educação está desafiador. E não é só na educação especial. Temos muitos profissionais com atestado médico. Mas conseguimos aprovar o pagamento da hora suplementar, o que deu ao diretor a autonomia de contratar outro. Mas não é simples”, disse.
Iraci Aparecida Marques, servidora e mãe de autista, perguntou porque o contraturno do Atendimento de Educacional Especializado (AEE) ainda não iniciou. Ela também ressaltou que há escolas com mais de quatro alunos com deficiência por sala, com graus diferentes de dependência, e que os professores não estão dando conta. Ela sugeriu que a escola elaborasse uma planilha para acompanhar os alunos e que se contratasse mais profissionais.
A Secretária disse que o AEE está autorizado desde fevereiro. “Preciso entender o que aconteceu na escola porque AEE é facultativo ao pai, mas é preciso que a escola ofereça”, disse. Ela se dispôs a verificar e dar o retorno à Iraci.
Karla Costa da Associação Capixaba de Paralisia Cerebral quis saber como é o processo de educação inclusiva no caso da paralisia cerebral e como é a educação domiciliar para esses alunos.
Juliana Rohsner propôs que se fizesse uma reunião com as mães para apresentar o TIX, cujo recurso será de grande uso para os PCDs.
A coordenadora de Educação Especial, Carla Gumiero detalhou como é feita a construção do plano pedagógico de cada estudante, que é individual. “Meu trabalho de professora especializada é traçar esse plano e ver quais os recursos que podem ser usados para tornar o currículo acessível àquela criança”, disse.
Sobre educação domiciliar, Carla Gumiero explicou que precisa de um laudo clínico explicando que a criança não pode sair por risco de morte e que há dois casos assim na rede municipal.
O vereador Davi Esmael afirmou que se precisa avançar a implantação de concurso público para a contratação de mais servidores.
Estiveram presentes os vereadores: Davi Esmael, André Brandino e André Moreira.
Texto: Fátima Pittella
Imagem: Vitor Junquilho
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