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Comissão de Saúde e Assistência Social debate gravidez na adolescência
terça-feira, 25 de abril de 2023

Os vereadores da Comissão de Saúde e Assistência Social convidaram o pediatra Francisco Luiz Zaganelli, do departamento de Pediatria da UFES, para falar sobre a gravidez na adolescência nesta terça-feira (18/04). No Estado, 15% dos partos realizados em 2016 e 2017 foram de adolescentes, conforme dados da Secretaria de Saúde do ES. Isso significa que 16 mil adolescentes engravidaram, sendo que 779 delas têm entre 10 e 14 anos.

O vereador Davi Esmael destacou que há diversas práticas para evitar a gravidez na adolescência, “inclusive esperar”, afirmou. “Trouxemos o senhor, com sua expertise para nos orientar”, disse Davi ao médico.

Segundo o pediatra, a gravidez na adolescência é um tema complexo e preocupante. “Quando a jovem engravida, ela traz uma série de problemas para ela e para a família,”, relatou.

Dentre os problemas, o médico listou: riscos à saúde da mãe e do bebê, abandono dos estudos, dificuldade para conseguir emprego e dificuldades na amamentação, aumento da taxa de mortalidade da mãe e do bebê.

“O adolescente é um ser diferenciado, é uma fase importantíssima da vida, com muitos problemas. E com a gravidez fica ainda mais complicado”, afirmou. “Muitas adolescentes não sabem que estão grávidas. Quem descobre normalmente é a avó materna. E o quanto antes elas começam o pré-natal, tanto mais segura será a gravidez”, disse Zaganelli.

Ele relatou casos de crianças de doze anos que tiveram bebês. “Para casos assim, precisamos de uma equipe multidisciplinar, com assistente social, psicólogo, médico…”, afirmou.

Ele defendeu que a adolescente grávida fosse acolhida pela família e ressaltou a importância do apoio da avó. “Quem enxerga isso é a vovó materna. Se ela apoiar a menina, a chance da gravidez dessa menina melhora muito. Ela é fantástica no sentido de ajudar”, disse.

A gravidez adolescente também pode ser uma situação criminosa. “Relação sexual com criança de menor de 14 anos é crime. E essas meninas estão engravidando, ou seja, estão sendo violentadas”, afirmou Zaganelli.

“A menina tem que ter assistência médica adequada, com proteção da sua identidade. Quando a adolescente está numa gravidez com menos de 20 semanas, a família pode ter a possibilidade do aborto legal. Após esse período, a Sociedade Brasileira de Medicina contraindica. Nesses casos, ela tem que ser encaminhada para o Centro de Referência e ser acompanhada pelo Conselho Tutelar”, orientou.

Uma iniciativa para minimizar a situação foi a realização do projeto “Mãe Adolescente”, que é desenvolvido no Hospital Universitário (Hucam) desde 2008. O projeto foi iniciativa do pediatra, com apoio do Rotary.

Para lidar com o problema, o médico sugere o envolvimento da família. “O trabalho começa com a família que promove o acompanhamento com o médico pelo menos uma vez ao ano para uma consulta geral, que pode ser com o clínico. Ele identificará em qual fase a criança está. Se ela estiver na puberdade, pode indicar a ida ao ginecologista para receber orientações”, indicou.

Zaganelli falou que o investimento em projetos feitos pelas comunidades pode ser de grande ajuda também. “Na região de Maruípe muitos bebês morrem. Naquela região há um agravante que é o tráfico. Há casos de meninas que são companheiras de chefes de tráfico e se sentem valorizadas por serem mães e parceiras desses chefes. Porém, muitas vezes eles não deixam elas retornarem às consultas”, lamentou.

“O tema tem que ser discutido em diversos setores; na escola, na igreja, porque interessa a todos. E aqui (na Câmara) é um campo maravilhoso para se conversar porque vocês representam a sociedade. Cada um levando o tema para a família para conversar, leva um foco de luz sobre o assunto”, acredita.

Davi Esmael agradeceu a exposição do médico. “Certamente a gravidez na adolescência é algo a ser evitado, mas também compreendido. Temos no Estado um projeto; ‘Meu pai é legal’, para descobrirmos quem são esses pais. Via de regra não se conhece o pai dessas crianças filhas de adolescentes. A Câmara de Vitória precisa exercer seu papel, pois são nossas crianças”, afirmou.

O vereador Duda destacou que a gravidez na adolescência tem a ver com a formação de gerações. “Se não fizermos uma educação atualmente, nós teremos uma juventude sem direção, sem sonhos, por não receber dos pais que os colocaram no mundo, as instruções necessárias”, disse.

Participaram do debate os vereadores: André Brandino, Duda Brasil, Davi Esmael e Chico Hosken.

Texto: Fátima Pittella

Imagem: Vitor Junquilho

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