A Coordenadora da Rede Capixaba Mulher e Trabalho, Clemilde Cortes Pereira e a Secretária da Superintendência Regional do Trabalho no Espírito Santo, Mirele Simões participaram, nesta terça-feira (10/10) de reunião da Comissão de Defesa e Promoção dos Direitos das Mulheres da Câmara de Vitória.

As convidadas apresentaram como funciona a iniciativa da Rede Capixaba Mulher e Trabalho.

A presidente da Comissão, vereador Karla Coser, fez um breve apanhado da discrepância da presença da mulher em detrimento ao dos homens no mercado de trabalho. “A ONU estima que estamos a 300 anos da igualdade de gênero. O relatório global de desigualdade de gênero do Fórum Econômico mostra que o Brasil está na posição 94 no ranking geral global de igualdade de gênero entre 146 países analisados”, revelou.

“Pensando nisso diversos espaços pensaram a Rede Capixaba Mulher e trabalho, que conecta mulheres à qualificação profissional e oportunidade de emprego”, contou Karla Coser.

Detalhando a criação da Rede, a secretária da Superintendência Regional do Trabalho no Espírito Santo, Mirele Simões, relatou que a Rede foi criada em fevereiro num evento para marcar o dia da mulher e que impactasse a vida delas. “Convidamos o Sistema S, a OAB, a Prefeitura, empresários e trabalhadores para trabalharmos a inserção da mulher no mercado de trabalho, a qualificação e o combate à violência no mercado de trabalho”, descreveu os eixos.

Ela disse que o convite para fortalecer a rede e para que todos se unam está aberto. Ela também disse que os próximos passos são trabalhar o eixo do combate à violência no mercado de trabalho, com a ajuda do Tribunal de Justiça.

A Coordenadora da Rede Capixaba Mulher e Trabalho, Clemilde Cortes Pereira afirmou que não dá para separar a violência e o mercado de trabalho. “A mulher que sofre a violência é a mesma mulher que vai para o mundo do trabalho e sofre violência lá. Muitos companheiros homens se sentem ameaçados quando a mulher começa a trabalhar”, disse.

Ela também contou a experiência da escola de cerâmica, mantida pelo Mosteiro Zen-budista. “É um exemplo para a Rede. São mulheres vítimas de violência, que fazem terapia e trabalham na cerâmica.”

Ela lamentou que a Prefeitura não tenha mandado nenhum representante e não tenha se envolvido na Rede. “Temos que fazer nossa parte”, alertou.

O vereador André Moreira reforçou que fez um requerimento para que a igualdade de remuneração seja garantida dentro da Câmara, mesmo para as empresas terceirizadas.

Para o vereador Chico Hosken, ver as mulheres ocupando cargos importantes, é motivo de alegria. “Podem contar com a gente. Vou cobrar a representação junto à Prefeitura”, disse.

O Secretário de desenvolvimento econômico de Viana, Rafael Ottaiano disse que a defesa dos direitos das mulheres é um papel que o homem também tem que realizar. “Temos que ter uma análise transversal da política pública. E também conscientizar os homens. Não é o homem que mata a mulher, é o homicida que mata a mulher. Não é o homem que agride a mulher, é o agressor que faz isso. Faz parte do processo cultural e alguns homens estão replicando um tipo de padrão familiar e para quebrar isso, temos que usar a educação”, reforçou.

Também participaram do debate: Conseg de Jardim Camburi, Federação dos Conselhos do ES, líderes comunitários, representantes da Polícia Militar, Coletivo Amara, AmaCentro, dentre outras.

Estiveram presentes os vereadores: Karla Coser, André Moreira, Maurício Leite, Chico Hosken, Dalto Neves

Texto: Fátima Pittella

Imagem: Vitor Junquilho

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