“Nosso problema com a falta de água não é devido a falta de chuva em nosso Estado. É problema de gestão”. Essas foram as palavras do ambientalista, Mestre em Meio Ambiente, presidente do Fórum Capixaba de Comitês de Bacias Hidrográficas e do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Jucu, Elio de Castro, durante Audiência Pública realizada na última quarta-feira (22), no Plenário da Câmara de Vitória.
Com o tema “A crise hídrica e o desafio da água em Vitória”, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, vereador Luiz Paulo Amorim (PV), debateu o assunto também com o diretor da TV Ambiental, Almir Bressan, o gerente da Região Metropolitana Norte da Cesan, Luiz Cláudio Rodrigues, o subsecretário de Controle e Gestão Ambiental, Paulo Barbosa, além de moradores de Maria Ortiz, Tabuazeiro, São Benedito, Jaburu e Itararé.
Almir Bressan fez a abertura do evento e apresentou dados sobre a água em nosso planeta, além de falar sobre a importância do recurso e sua preservação. “Antigamente tomávamos água em vários chafarizes em Vitória. A água era potável. Hoje não é mais possível. Precisamos preservar o que mais temos de precioso, que é água. Não vivemos sem ela”, discursou. Sobre desperdício, Almir deu um pequeno exemplo: em um gotejamento são desperdiçados 46 litros de água por dia, o que resulta em 1.390 litros no mês.
Em seguida, Elio de Castro falou sobre a crise, sobre a gestão de recursos hídricos e sugeriu encaminhamentos. Segundo o ambientalista, os capixabas precisam acostumar a conviver com esse cenário de falta d’água, que não é culpa da chuva e, sim, de falta de gestão. “Nosso Estado já deveria ter feito o Plano Estadual de Recursos Hídricos. É preciso identificar os problemas para ter uma boa gestão”, explica. Elio destacou também que é necessário mudar a concepção de uso da água no desenvolvimento do Estado, bem como as tecnologias usadas na irrigação.
O gerente da Cesan, Luiz Cláudio Rodrigues, apresentou os projetos já trabalhados pela companhia como o Reflorestar, o Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem e as Parceria Público-Privada (PPP) em alguns municípios. “Nós, população, também precisamos fazer a nossa parte. Reuso da água já é realidade em muitos condomínios, mas pode aumentar. Precisamos praticar a educação ambiental e ensinar nossos filhos que vaso sanitário não é lixeira”, finalizou.
O representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Paulo Barbosa, falou sobre algumas ações de preservação e recuperação feitas pelo Executivo, como a recuperação do córrego existente no final da praia de Camburi e da parceria com a Cesan com a fiscalização de esgoto jogado nos canais de drenagem.
Ao final, os palestrantes responderam às perguntas dos participantes da audiência.
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Texto: Ludmila Nascimento
Fotos: Assessoria
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