Em reunião da Frente Parlamentar de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil, presidida pelo vereador Davi Esmael (PSB), nesta terça-feira (02/04), foram divulgados os números da violência sexual contra crianças e adolescentes em 2018.
Foram convidados para participar do debate: Jamilly Menezes, defensora pública, Júlio Barros, orientador social do Cajun e Rosenita Pereira, conselheira tutelar.
O presidente da Frente, vereador Davi Esmael agradeceu a presença de todos e afirmou que espera que a união dos esforços e dos espaços de debate como o da Frente Parlamentar, possa colaborar para enfrentar esse crime. Ele descreveu algumas conquistas da Frente como a unificação dos dados da Saúde e da Assistência, o avanço da oitiva das crianças abusadas, e avanço no debate para a ampliação dos Conselhos tutelares.
Segundo Relatório do Fórum Aracelli, apresentado pelo vereador, foram registradas 1.344 casos de violência em geral (física, psicológica e moral, abandono, sexual) em 2015 e em 2018, 2.381.
Davi disse que quando se divulga um canal de denúncias, como o “disque 100”, geralmente aumenta o registro de casos. “Mas essa não é a única explicação. A pessoa denuncia mais porque está acontecendo mais”.
Das pessoas que sofreram violência, 30,9% tinha entre 5 e 9 anos e 37,7% entre 10 e 14 anos. Em relação à raça, 125 casos dos 175 registrados foram contra negros e pardos e 49 contra brancos. Sobre o local, 69,1% foram cometidos nas residências.
Os dados apresentados não incluem as informações da Saúde e nem da DPCA.
“O que devemos fazer é engajar, nos unir, levantar nossa voz. Que cada taxista, que muitas vezes transporta a criança que vai ser abusada, que seja orientado e que cada agente comunitário, a comunidade escolar sejam advertidos para abrir os olhos e ver situações que sinalizam o abuso sexual que é um crime que está crescendo na cidade de Vitória”, disse Davi .
Para a defensora pública Jamilly Menezes, os dados são relevantes para nortear e melhorar o trabalho realizado e priorizar a prevenção. “Esse crescimento exponencial dos casos precisa ser avaliado, mas também é relevante que a informação sobre onde buscar ajuda seja divulgada. A criança precisa identificar o que é um comportamento inadequado e a informação é essencial para isso. Precisamos informar nossas crianças e suas famílias”, disse.
Júlio Barros, orientador social do Cajun disse que por meio das atividades lúdicas, os profissionais identificam sinais da violência. Ele disse que em 18 de maio do ano passado, dia do enfrentamento ao abuso, foi feita uma grande ação com os jovens, da pintura de um mural e que a ideia é ampliar a ação esse ano para se criar um memorial para a data.
Lucas Gonçalvez, intérprete de libras, trouxe a realidade das pessoas surdas que são abusadas e que não conseguem denunciar por não ter um profissional de libras que possa interpretar a queixa. Ele solicitou que seja pensado a realidade da criança surda no sistema.
A Conselheira tutelar relatou as dificuldades dos conselhos e disse que esses números não retratam tudo porque ainda existe a omissão de muitos órgãos. “Quanto a presença de intérprete de libras, temos que contar com a gentileza de um professor de libras para fazer a tradução”, disse.
Lucas explicou que há uma diferença entre uma pessoa que aprendeu alguns sinais e um profissional que trabalha especificamente com isso. Segundo ele, o intérprete deve ser um profissional fora do contexto do conflito, contratado para trabalhar interpretando essas denúncias.
Davi sugeriu o uso de video-conferências para possibilitar o acesso do denunciante ao profissional.
O vereador Wanderson Marinho também participou do evento.
Texto: Fátima Pittella
Fotos: Rhuan Alvarenga
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