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Grupo de Apoio (GAP) participa de Comissão de Enfrentamento à Situação de Rua da CMV
sexta-feira, 31 de maio de 2019

A nona reunião da Comissão de Enfrentamento à Situação de Rua da Câmara de Vitória, presidida pelo vereador Mazinho dos Anjos (PSD), foi centrada no trabalho realizado pelo Grupo de Apoio (GAP), uma associação sem fins lucrativos, formada por voluntários há cinco anos, e que vem ininterruptamente trabalhando com pessoas em situação de rua. O GAP foi representado pelo servidor público Romildo das Neves, que atua desde o início das atividades e contou a trajetória do trabalho que vem sendo realizado.

 

A reunião teve a participação de várias instituições membro da Comissão e do seu vice-presidente, o vereador Roberto Martins (PTB). Segundo Romildo, o grupo se constituiu espontaneamente, por pessoas com o intuito de ajudar o próximo, de forma beneficente, sem vínculo com nenhuma organização. "Comecei auxiliando como fotógrafo, e vi a dificuldade que havia em lidar com pessoas em situação de rua. Fomos aprendendo com a prática, e hoje está mais fácil essa abordagem, que deve ser muito delicada", ressaltou.

 

Sempre contando com o auxílio de voluntários, o GAP já teve um núcleo atuando em Vila Velha, mas atualmente o trabalho concentra-se em Vitória. Além do atender pessoas em situação de rua, eles realizam, semanalmente, às sextas-feiras, a distribuição de um sopão, no Hospital Infantil, para as mães que acompanham os filhos internados, onde também desenvolvem atividades para divertir as crianças. Além disso, apesar da dificuldade, o GAP consegue convencer alguns dependentes químicos, que vivem nas ruas, a buscar tratamento.

 

Relato - "É muito difícil. Muita gente está na rua porque veio para Vitória em busca de emprego, mas esse é um sonho que não se realiza. Alguns vêm com a família. Antigamente, havia um serviço na rodoviária de Vitória que ajudava essas pessoas a voltarem para seus lugares de origem. Não sei se ainda funciona", comentou. "Os que ficam na rua começam bebendo cachaça, para matar a fome, e depois acabam passando para drogas mais pesadas", relatou. "Muitos querem sair dessa vida mas os serviços e equipamentos disponíveis são muito burocráticos, e eles querem uma solução mais rápida. Alguns sequer têm documentos. Mesmo assim conseguimos fazer um canal entre alguns dependentes químicos e conseguimos vagas em clínicas que os recebem, mas isso significa que precisamos garantir, para cada um, uma cesta básica. E recorremos a pedidos de doação, vamos a supermercados, fazemos o que podemos para ajudar essas pessoas", explicou Romildo.

 

O representante do GAP disse que o grupo já reuniu 40 pessoas trabalhando como voluntários no Centro de Vitória, principalmente entre a Praça Costa Pereira e o Centro POP. "Atualmente esse número está em torno de 15, 20 pessoas. Mas o GAP nunca deixou de atuar, desde que foi criado, e estamos comemorando nosso quinto aniversário de existência. Não é fácil. Mas é gratificante. Já conseguimos encaminhar três moradores de rua para empregos, e para nós isso é uma vitória. Porque é muito difícil. A gente até corre risco nas ruas, com os moradores, mas aprendemos muito com eles. E vemos que as abordagens feitas por alguns órgãos é muito inadequada", observou.

 

Respondendo a um questionamento do vereador Mazinho dos Anjos, Romildo conta que aumentou muito, nos últimos anos, o número de pessoas em situação de rua em Vitória, com as mais variadas histórias. Alguns perderam o emprego, outros foram rejeitados pela família, e há os dependentes químicos. Há ainda muitas crianças e adolescentes. "O número aumentou drasticamente, e é muito maior do que os números oficiais. No final de semana a gente cadastra 100, 200 pessoas. Gente que a sociedade rejeita e precisa de ajuda, e de uma abordagem mais cuidadosa, mais efetiva", afirmou.

 

Políticas Públicas - A representante do Ministério Público, Célia Lúcia Vaz de Araújo, que participou da reunião, informou que integra um Grupo de Trabalho (GT) sobre pessoas em situação de rua e parabenizou muito o trabalho realizado pelo GAP, que considerou maravilhoso, convidando o grupo para unir esforços. "Sabemos que a realidade é muito dura. Em 2015, a hospedagem para pessoas de rua em Vitória tinha 40 vagas. Temos 40 vagas até hoje, apenas quatro para mulheres. Esperamos efetivamente que entre em vigor, este ano, as políticas públicas para este setor, porque a situação está cada vez pior", lamentou Célia.

 

O presidente do Centro Popular de Vitória (CPV) e representante da Associação de Moradores de Jardim da Penha (Amjap), André Luiz Alves, criticou o trabalho da PMV. "Em nosso bairro a situação está cada vez mais difícil e precisamos de um diálogo real para enfrentar o problema das pessoas em situação de rua. Aumentaram inclusive os números de delitos, pois entre essas pessoas se infiltram muitos meliantes, e precisamos de uma solução real para o problema, e não maquiagem", criticou.

 

O vereador Roberto Martins, encaminhando para o encerramento da reunião, lembrou que está em andamento, na Câmara de Vitória, um Projeto de Lei que poderá contribuir para amenizar o problema. "É o Projeto do IPTU progressivo, que poderá permitir a destinação de prédios ociosos no centro de Vitória, por exemplo, para moradias populares". O vereador Mazinho dos Anjos, explicou que uma cópia do projeto será encaminhado a todas as entidades membro da Comissão, com explicações mais detalhadas. "É a regulamentação de uma lei, prevista na Constituição Federal e no IPTU, que compete ao Município, e eleverá progressivamente o valor do IPTU dos imóveis e terrenos ociosos, que os donos abandonam, muitas vezes para especulação imobiliária. Se a lei for aprovada, eles passarão a ser taxados com valores mais altos a cada ano, para estimular que esses imóveis tenham uma destinação ou passem para a administração municipal, que poderá utilizá-los para praças ou habitações populares".

 

Encerrando a reunião os presentes foram convidados para participar de uma exposição 3C (economia criativa, circular e colaborativa) na Casa Porto, no Centro de Vitória, na próxima sexta-feira (07/06), das 7h às 17h. Trata-se de evento apoiado pela Escola da Vida, que usa a metodologia Colab (colaborativa).

 

Texto: Mágda Carvalho

Fotos: Mariana Duarte

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