A Câmara Municipal de Vitória (CMV), abraçou a causa do Setembro Amarelo e, além de iluminar com a cor amarela o Palácio Attílio Vivácqua, promoveu, nesta sexta-feira (06/09) uma palestra para os seus servidores, aberta ao público, com a Master Coach Aline Vilefort. Aline criou há um ano o Projeto Despertando Gigantes, que tem o objetivo de permitir que as pessoas se sensibilizem para o tema e oferece noções básicas para que cada vez mais pessoas aprendam a lidar com um problema tão delicado. "O mais importante é ouvir, sem julgar. Estar presente, dar atenção, olhar nos olhos", diz Aline. "Às vezes uma única conversa pode mudar a vida de uma pessoa", garante.
O vereador Cleber Felix (PP), presidente da CMV, recepcionou a convidada, que é voluntária e cativou a audiência com sua narrativa sensível, serenidade e experiências pessoais. "É muito importante trazer momentos como esses para os servidores. É uma forma de humanizar e transformar o ambiente de trabalho. Capacitando os servidores para a prática do ouvir e ajudar o outro. Eles passsam tanto tempo no trabalho e quanto mais a gente ajudar e estar disposto a escutar, melhor será o ambiente de trabalho", frisou o vereador. Os vereadores Max da Mata (PSDB) e Roberto Martins (PTB) também participaram.
Aline iniciou sua palestra explicando que se sentiu atraída para trabalhar com esse tema após o suicídio de um amigo, que a pegou de surpresa e marcou sua vida. Tanto que a partir daí a palestrante procurou aprender mais sobre o tema e a profissionalizar-se para ser útil o enfrentamento do suicídio. Atualmente, ela continua trabalhando como policial militar, e reserva horários para trabalhar voluntariamente como coach por meio do projeto "Despertando Gigantes". Nele, Aline encaminha mensagens motivadoras em seus grupos de WhatsApp, e tem atingido muitas pessoas dessa forma. Nelas, a coach faz perguntas simples: como vai você? Vamos conversar? Estou aqui para ouvir você. Mas, é importante só fazer isso num momento em que você esteja realmente disponível para ouvir a outra pessoa de verdade. Porque sempre que eu faço isso, alguém aparece pedindo ajuda, e precisa ser ouvido com atenção plena. Com o coração aberto. Não basta oferecer ajuda. É preciso ajudar mesmo. Ouvir de verdade. E ser realmente solidário", recomendou.
Como vai você? - Durante mais de duas horas, a palestrante cativou a atenção do público com orientações básicas e informações bombásticas. Segundo ela, o suicído é hoje a principal causa de mortes de jovens no mundo, superando o homicídio. "As vezes a melhor coisa a fazer é ouvir o outro, perceber sua dor, dar-lhe atenção plena. Você pode começar com uma pergunta: como vai você? E ouvir de verdade, respeitando as seguintes regras: acolher, aceitar, não julgar, compreender e respeitar. Ouça, ouça, apenas ouça. E se você não souber como ajudar, diga apenas: estou aqui, estou com você, do seu lado. Estamos juntos", resumiu. "Porque é preciso entender que a pessoa que queremos ajudar se sente só, incompreendida. Ela não quer ouvir conselhos. Ela quer ser entendida. Quer compartilhar sua dor e ser aceita", adverte.
O suicídio vem, essencialmente, de um estado depressivo que, por sua vez, pode ser causado por inúmeros gatilhos: falta de dinheiro, solidão e problemas familiares e profissionias, são alguns dos fatores que podem levar a essa tragédia. Mas, mesmo com os números de suicídios cada vez mais altos, o assunto ainda é considerado um tabu para muitas pessoas. Por isso é importante detectar os sinais que indicam que uma pessoa pode tomar uma decisão tão extrema e permitir que se possa agir a tempo de evitá-la. Para se ter uma ideia do quão importante é falar sobre o tema, dados da OMS apontam que o suicídio já é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Mas não são só os adolescentes que não conversam sobre o assunto: pessoas de qualquer idade podem ter um bloqueio de falar sobre algo tão importante. O tabu aparece como se abordar o assunto, fosse deixá-lo em evidência na cabeça de quem está depressivo. Dados mais recentes dão conta de que 32 suicídios ocorrem diariamente no Brasil, ou seja: uma média de uma morte a cada 45 minutos. Por isso é tão importante que suicídio esteja na pauta do dia, pois conversar sobre o tema pode fazer toda a diferença e salvar uma vida.
Primeiros sinais – O primeiro passo é estar atento aos sinais. É fundamental que a sociedade como um todo (família, amigos, colegas da escola e grupos de trabalho), esteja atenta aos diversos sinais. Mas é preciso que as pessoas estejam dispostas e preparadas para discutir o tema e ajudar a encaminhar a pessoa para um tratamento que possa lhe dar um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir. Muitas vezes, o diálogo até acontece. Porém, quem ouve uma pessoa falar que não tem mais vontade de viver, ou que muitas vezes, tem vontade de tirar a própria vida, pode acabar por não dar a atenção devida a essa fala tão séria. Esse é quase sempre um primeiro sinal, mas não é o único. Confira alguns dos sintomas que devem ser acompanhados e levados a sério, quando se trata de possíveis suicidas:
Tristeza persistente;
postagens relacionadas a suicídio ou depressão profunda nas redes sociais;
perda de interesse em atividades que antes davam prazer;
fadiga, falta de energia e alteração no sono;
irritabilidade, alteração no apetite, choro sem razão, ideias de morte e sentimento de inutilidade.
O Setembro Amarelo é uma campanha mundial, iniciada no Brasil de 2018 pelo Centro de valorização da Vida (CVV) e visa dar mais visibilidade e orientar a maior quantidade possível de pessoas sobre a importância de falar sobre o suicídio. Durante todo o mês são realizadas diversas ações de rua, como caminhadas e passeios de bicicleta e palestras que conscientizam as pessoas sobre a importância de conversar sobre o tema e a procurar acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Se você conhece alguém que tem sintomas de depressão, fala frequentemente sobre morte, ou apresenta algum dos comportamentos que abordamos acima, não hesite em procurar ajuda especializada. Você pode salvar uma vida. Para entrar em contato com o CVV, ligue 188, todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita. O atendimento é feito por um voluntário preparado, que ouvirá com respeito, anonimato, e guardará estrito sigilo sobre tudo que for dito.
Por isso, contribuir com ações para auxiliar a prevenção do suicídio é muito importante. Foi com o objetivo de chamar a atenção e conscientizar a população sobre a prevenção do problema que foi criado o Setembro Amarelo, mês em que o assunto é tratado com mais ênfase e as fachadas de vários prédios e pontos turisticos públicos e privados são iluminadas com a cor amarela. Junto à iniciativa, surgem as questões: como conversar sobre suicídio e como isso pode ajudar na prevenção, além de divulgar como identificar as possíveis vítimas. Aline sugere, basicamente, o cuidado consigo mesmo e com está próximo de nós. "Temos que cuidar de nós mesmos para que eles nos ajudem a cuidar dos outros. Às vezes as pessoas só precisam de uma conversa, de ser ouvidas, e de um abraçõ. Um abraço de 40 segundas produz ocitocina, o hormônio do amor. Ele tranquiliza, fortalece e reconforta. Sempre que for possível abrace alguém. E divulgue sempre o trabalho da CVV, 188. Tenha sempre esse número em mente. Eu acredito realmente que nós podemos nos ajudar", ressaltou.
Seminário de Prevenção Capixaba - Quem quiser saber mais sobre o tema terá a oportunidade de participar, gratuitamente, do VII Seminário de Prevenção de Suicídio no Espírito Santo, que terá como tema "Suicídio e Trabalho: Desafios Contemporâneos para Prevenção", realizado pelo Grupo de Trabalho de Prevenção ao Suicídio - ES (GTPS-ES), criado em 2014. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial de Saúde comprovam que 79% das mortes por suicídio ocorrem em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil. Mas, assim como acontece nos casos de suicídio, os registros das tentativas de suicídio são subestimados, o que impede de saber a realidade desde problemade saúde pública. A OMS tem como meta a redução da taxa mundial de mortalidade por suicídio em 10% até 2020. Várias estratégias estão sendo elaboradas para atingir esse objetivo, que se intensificam no Setembro Amarelo, sendo o dia 10 de setembro definido como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Sobre os seminários, desde a criação do GTPS-ES o grupo se reúne mensalmente realizando diferentes atividades em parceria com a comunidade. Um deles foi o "Encontro com Sobreviventes de Suicídios", que muito contribuiu para a desmistificação do tema. Este ano, o VII Seminário no ES acontecerá no Teatro da Ufes, no dia 10/09, das 8h às 18h, com a participação de grupos como o CVV e também inúmeros outros: Apoio de Perdas Irreparáveis (IPI), Associação de Terapia Familiar do ES (Atefes), Centro de Estudos em Psiquiatria, Conselho Regional de Psicologia e Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência e Vitória (Sasvv), são alguns deles.
As inscrições para o seminário são gratuitas, e o público-alvo são a população em geral, profissionais de Assistência, Saúde, Educação e áreas de interesse. Para participar, basta apenas a doação de 1 kg de alimento não perecível em prol do lares de idosos. Estão abertas 613 vagas e haverá declarações de participação e certificados para os interessados. As inscrições podem ser feitas por meio do CPF aqui. A comissão científica dos organizadores é formada por especialistas das áreas de Saúde coordenados por psicóloga Daniela Reis e Silva da Atefes/API/GTPS-ES. Para conhecer melhor e fazer contatos com o Grupo de Trabalho de Prevenção de Suicídio do Espírito Santo,você pode encaminhar um e-mail para: gt.prevençãoaosuicidio.es@gmail.com.
Serviço: Confira os canais de contato da palestrante Aline Villefort, por meio dos quais ela desenvolve suas atividades de coach:
Instagram
@aline_eniton_vileforte
Facebook:aline.eniton
site:alinevilefortecoach.com.br
YouTube: Aline Vileforte Coach
Fonte: Centro de Valorização da Vida (CVV), escoladainteligencia.com.br e Grupo de Trabalho de Prevenção de Suicídio do Espírito Santo (GTPS-ES)
Texto: Mágda Carvalho
Fotos: Rhuan Alvarenga e Mariana Duarte
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