A Bíblia nas escolas

 

            Tramita nas comissões técnicas deste Poder Legislativo projeto de lei de minha autoria que inclui a Bíblia na grade curricular de história na rede municipal de ensino de Vitória. Minha principal preocupação ao elaborar esta proposta foi a de criar, no dia-a-dia de nossas crianças, adolescentes e jovens, o hábito e o gosto pela leitura da Bíblia.

           

Muitas vezes não nos damos conta da força do texto bíblico, que pode interferir não apenas no processo de ensino e aprendizagem, mas também na construção de identidades dos alunos. Aliás, é bom deixar claro que a Bíblia nas escolas não tem caráter religioso, mas de reinserir princípios e valores que estão sendo esquecidos nestes tempos de modernidade.

 

            Nosso projeto prevê que a versão bíblica a ser adotada pelas escolas é de inteira responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação; e caberá ao Poder Executivo baixar as normas que disciplinarão e implementarão a lei.

 

A Bíblia é, sem dúvida, um dos mais apreciados legados literários da humanidade. Contudo, o seu verdadeiro valor não se firma de maneira substancial no fato literário. A riqueza da Bíblia consiste na sua mensagem. E é exatamente esta mensagem que queremos transmitir aos nossos alunos da rede municipal de ensino.

 

            Para aqueles menos familiarizados com este Livro, podemos dizer que a Bíblia é uma coleção de livros catalogados, divinamente inspirada e dotada de um valor histórico inquestionável. Quando eleborei o projeto em questão, eu o fiz encarando a Bíblia como literatura. Não vejo nenhum conflito entre considerar a Bíblia um livro sagrado e inspirado, e apreciar seus aspectos estéticos e literários. Até porque a literatura bíblica está intimamente ligada à história da humanidade.

 

Infelizmente, aos alunos, aos nossos filhos, é repetidamente contada a velha história sobre a origem da humanidade. As revistas científicas, os livros didáticos sobre ciência usados nos colégios, os desenhos animados da TV, noticiários especiais e documentários inclinam-se abertamente ao ceticismo. Por isso torna-se necessário permitir que a informação bíblica ganhe um lugar em meio à discussão sobre a nossa própria história. E a exposição e o confronto de idéias sobre esse tema não poderiam iniciar num local mais adequado do que as salas de aula. Por isso, a nossa proposta de juntar a Bíblia Sagrada aos demais livros lecionados nas escolas da rede municipal de ensino de nossa cidade.

 

Esmael Almeida (PMDB)

Data de Publicação: segunda-feira, 02 de março de 2009