Saúde Bucal: Política de Estado

A odontologia e a saúde bucal, infelizmente, ainda são vistas com descaso pelo poder público. Dentro deste contexto, as entidades nacionais da odontologia vêm há anos brigando pela ampliação do mercado de trabalho, no setor público, para o cirurgião dentista; haja visto que a necessidade da população brasileira é muito grande. Pesquisas recentes mostram que mais de 15 milhões de brasileiros nunca foram a um consultório odontológico. Ainda é restrita a oferta, principalmente de concursos e empregos para esses profissionais.

No início do Governo Lula, eu e o companheiro Fausto Tancredi, então presidente do Sindicato dos Dentistas do Espírito Santo, fomos integrados à equipe do Governo Federal que elaborou o Projeto Nacional de Saúde Bucal, num encontro em São Paulo. Também naquela oportunidade, escolhemos o colega Gilberto Pucca para o cargo de Coordenador Nacional de Saúde Bucal. As esperanças eram muito grandes.

Passados esses anos, constatamos, através de pesquisa realizada pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de São Paulo (USP), que o número de dentistas no Programa do Ministério da Saúde aumentou em 49% de 2002 para 2009, ou seja, passou de pouco mais de 40 mil para quase 60 mil profissionais na rede pública. Esses dados demonstram o compromisso do Governo Lula, não apenas com a odontologia, mas com a saúde bucal da população brasileira. Certamente que esses índices estão longe dos ideais. Vislumbramos ainda uma defasagem entre o número de prestadores de saúde bucal (cirurgiões dentistas) e a real necessidade de tratamento odontológico dos brasileiros.

Por fim, espero que, não só as entidades de odontologia, mas que toda população continue cobrando e colocando na pauta de suas reivindicações a saúde bucal, pois ela representa qualidade de vida para o povo e empregabilidade para a categoria.

Juarez Vieira

Data de Publicação: segunda-feira, 30 de agosto de 2010