Democracia. É o elemento que rege a nossa constituição. É o direito à escolha, do diálogo, da troca de opiniões. A esperada reforma política, renovação de nossas bases, parece ir ao encontro com esse desejo. Entretanto, ainda é preciso fazer algumas ressalvas.
Um partido político não é capaz de conjugar toda pluralidade de seus membros. Uma mesma coligação é formada por diversos princípios filosóficos, conflitantes ou não. Na criação de uma lista fechada, se desconsidera a afinidade do cidadão com seu representante. Há a seleção de alguns ideais em detrimentos de outros. Se a reforma política procura equilibrar a escolha individual, o voto, com o resultado final, uma coletividade, há então uma grave falha.
Ao indivíduo que se identifica com as propostas de um partidário, mas que não concorda com as ações de um político de mesma legenda, nega-se o direito primordial da democracia, a escolha. Há apenas um pacote pronto que desconsidera o diálogo que o eleitor, no momento que decide suas alternativas, tem o direito e a obrigação de exercer.
Discute-se, ainda, uma terceira possibilidade: o voto distrital. Ao mesmo tempo que reconfigura o atual jogo político, é capaz de proporcionar maior pluralidade de idéias entre os parlamentares. Representa esta união, tão buscada, entre decisões pessoais e necessidades coletivas.
Ainda é preciso observar que se o objetivo, ainda, é a renovação das forças políticas, vê-se uma barreira ao ingresso do jovem à política. Ainda é forte uma cultura do mérito, há uma tendência dos partidos pautarem suas listas pelas honrarias acumuladas e longas trajetórias. No jovem, não há essa experiência. Mas há algo muito maior: o desejo de lutar pela construção de outro mundo possível.
A luta por este mundo não deve ser feita apenas em gabinetes ou em reuniões a poucas mãos. Deve ser na rua, pela conversa, pelo diálogo que formou e ainda é base de nossa sociedade. Somos políticos do momento em que nascemos. E não adianta escapar. Uma rua, um bairro ou uma cidade melhor, se faz nos pequenos gestos. Eleitorais ou não.
Data de Publicação: quarta-feira, 23 de março de 2011
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