Movimentos Comunitários: Exemplo vivo de Democracia

A tradição política brasileira é marcada por uma democracia representativa, na qual o eleitor delega ao seu candidato o poder de representá-lo no Executivo e no Legislativo. Esta tradição criou um distanciamento do cidadão do exercício pleno de sua cidadania, na medida em que o fez acreditar que político é unicamente o detentor de um mandato, quando na verdade todo indivíduo é potencialmente um ser político.

 

A arte da política é exercida cotidianamente nos pactos formais ou informais que construímos com nossos pares para convivermos de forma harmônica em nossa família, em nosso trabalho e, sobretudo em nossa sociedade. Como bem nos ensinou Aristóteles, o homem é um animal político; "trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui a família e o estado."

 

Um espaço marcadamente cidadão dentro do conjunto de nossas relações sociais são os Movimentos Comunitários. Historicamente estes movimentos deram importantíssimas contribuições para o amadurecimento político de nosso país, especialmente entre as décadas de 70 e 80 do século passado quando as Comunidades Eclesiais de Base foram verdadeiras escolas para muitas lideranças politicas da contemporaneidade.

 

Em nosso estado não foi diferente, pois a força dos Movimentos Comunitários transformou a história a e geografia do bairro São Pedro e tantos outros bairros que norteados pela poesia de Geraldo Vandré provaram que "quem sabe faz na hora, não espera acontecer".

 

Cidadão é quem constrói a cidade. É quem cobra de seus representantes no Legislativo, é quem percebe as imperfeições do local onde habita e de forma democrática ajuda a elaborar soluções e escreve uma nova história. Os Movimentos Comunitários ensinam que o indivíduo não deve se resumir a um expectador da realidade, e sim ser o protagonista de sua própria história, e um co-autor da história coletiva do lugar.

 

O século XXI impõe novos desafios para os Movimentos Comunitários, dentre eles destaco o fato de as Associações de Moradores necessitarem se tornar mais abrangentes. Não basta apenas representar o universo de expectativas de uma parcela dos moradores. É preciso ter muito mais presença e pluralidade, buscando congregar as diversas manifestações populares: desde a luta pelo direito à coleta de lixo até o acesso aos bens culturais. Passando também pelas questões de gênero e, sobretudo pela concepção de um modelo de Educação renovado que rompa com a natureza passiva do educando diante do processo de formação.

 

Na condição de alguém que nasceu politicamente no seio dos Movimentos Comunitários digo que toda minha caminhada até aqui está pautada no desejo único de ver uma cidade fraterna, como um cobertor que aqueça todos, afastando-nos da fria indiferença que nos isola e enfraquece.

              

                                                                                                                                                       Fábio Lube (PDT)

Data de Publicação: quarta-feira, 16 de novembro de 2011

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