Os tempos são outros

 

Em 2012, a classe média de Vitória juntou-se ao povo dos bairros populares e elegeu o novo prefeito, Luciano Rezende (PPS). Nas seis eleições municipais anteriores a mesma classe média – que em Vitória predomina – havia dado três mandatos ao PSDB e mais três ao PT. Pendeu, ora para um lado, ora para o outro. O resultado eleitoral não marcou apenas o fim de uma polarização que já durava 24 anos. Sinalizou que novas perspectivas estão dadas para os 340 mil habitantes da nossa capital. Em nossa cidade vive um terço das pessoas nascidas aqui, mais um terço que veio do interior do estado e igual contingente originário de fora do Espírito Santo. Temos um povo, portanto, diversificado.

A atual composição da Câmara Municipal segue o mesmo padrão, com vereadores representando legitimamente múltiplos interesses. Enquanto o papel do prefeito é o de forjar consensos para dar um sentido ao desenvolvimento pretendido, a tarefa dos vereadores antecede. Somos nós os principais receptores das diferentes demandas. Demandas que são organizadas e depois confrontadas com a realidade financeira do Poder Executivo.

Um prefeito sábio não subestima a contribuição que os vereadores podem dar à sua gestão. Além da fiscalização, que é a atribuição constitucional mais importante, os vereadores podem e devem levar o prefeito a construir uma visão de conjunto da cidade. O sentido do rumo que o prefeito busca dar à cidade pode ser perfeitamente revelado na soma das partes. Para isto, precisamos de uma Câmara Municipal respeitada e, sobretudo, enraizada no movimento social. Um legislativo destemido, consciente do seu papel e da sua dignidade, dará aos vereadores de Vitoria a condição insubstituível de representantes mais próximos do povo.

Namy Chequer

PC do B

   

Data de Publicação: terça-feira, 26 de fevereiro de 2013