No Dia Mundial da Água, comemorado na última sexta-feira (22), a Organização das Nações Unidas (ONU) faz um alerta: o uso dos recursos hídricos está aumentando a cada ano, em uma velocidade muito maior do que o planeta pode produzir.

 

Para reforçar a mensagem, a ONU definiu 2013 como o ano internacional de “Cooperação pela Água”. Uma forma de chamar a atenção para a necessidade de preservação de lagos, rios, mares e oceanos.

 

Esse alerta faz parte da 4ª edição do relatório da ONU sobre a gestão das águas. De acordo com o documento, em 40 anos a demanda deve crescer mais de 50% e os recursos hídricos do planeta estão sendo contaminados de forma crescente, por milhões de toneladas de resíduos que são lançadas nas águas todos os dias. E as formas de agressão à natureza são muitas, como esgoto, poluição industrial, pesticidas agrícolas e resíduos de animais.

 

De acordo com os dados, percebe-se a má utilização da água em todo o mundo. Para se ter uma noção, o Brasil trata menos de 40% do esgoto gerado. Há ainda as questões relacionadas com as pressões das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, o crescimento demográfico e a grande demanda de energia e alimentos que exercem pressões sobre os recursos naturais.

 

O alerta é de extrema gravidade. O mundo terá que conviver com dois riscos: da escassez por aumento da demanda e da falta de qualidade devido à contaminação da água disponível, tanto para consumo humano como para abastecer os processos de produção.

 

Nesse cenário, tanto aqui no município de Vitória - que é a primeira capital brasileira a ter estrutura para tratar a totalidade de seu esgoto - quanto na maioria das cidades do Estado e de todo o planeta a demanda pela água cresce não apenas devido ao aumento da população, mas também por causa de mudança de hábitos, incremento da renda e outros fatores. A região da Grande Vitória, de acordo com o planejamento estratégico do governo do Espírito Santo, o ES 2025, poderá ter problemas de oferta de água já em 2030, caso continue a crescer no ritmo das taxas atuais. A conclusão é que poderá faltar água para manter o desenvolvimento do Estado.

 

A Região Metropolitana de Vitória, com grande concentração de população, tem alta demanda em pouco espaço, o que, associado à contaminação das fontes de água por esgoto, produzem grande pressão quanto à escassez quantitativa e qualitativa da água. Basta um olhar sobre os rios capixabas para perceber isso. A maioria dos rios não está saudável. Todos estão assoreados e contaminados.

 

Apesar destes problemas, podemos constatar uma certeza: as populações estão acostumadas a não valorizar a água e isso acaba tendo reflexo no poder público. Acreditam que devem continuar pagando pouco pelo produto e não fazem nenhum esforço – e não são motivados - para evitar o desperdiço, sem esboçar qualquer reação em ver os rios contaminados.

 

Resumindo: estamos destruindo a água – líquido vital cuja falta leva o ser humano à morte em apenas três dias. E próximo a nós, na região Noroeste do Estado, temos um cenário grave de escassez de água que já serve como exemplo da falta desse líquido. Esse quadro mundial precisa ser mudado. Não podemos esperar acontecer uma falta crônica de água e nem que ela fique cada vez mais contaminada pela poluição. É preciso fazer uma urgente gestão racional do uso da água para garantir o futuro das próximas gerações.

 

 

Serjão Magalhães

PSB

Data de Publicação: segunda-feira, 25 de março de 2013