“As cidades são, por definição, o espaço para a construção da cidadania, para o convívio harmonioso e fértil das diferenças, assim como para a celebração da liberdade e das fantasias.” Nicolau Sevcenko
Fazer uma cidade melhor para a sociedade que ela abriga passa pela construção de um novo conceito de deslocamentos, a partir, sobretudo, da garantia de padrões mínimos de qualidade urbana e ambiental; como também, do aperfeiçoamento da distribuição de serviços essenciais à maioria da população, com a democratização das decisões. Tal processo deve produzir a reconquista do sistema viário pelos pedestres, motoristas, cadeirantes, ciclistas e motociclistas – no sentido de que estes possam deslocar-se com o mínimo de segurança e conforto – e deve estar apoiado na estruturação de redes eficientes de transporte público.
Um dos aspectos mais positivos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é o de tratar o trânsito a partir de um conceito sistêmico, em que a educação passa a ter um papel crucial na redução da gravidade dos acidentes e dos índices de mortes. Onde o foco de intervenção é o homem, único elemento que tem a capacidade de decisão no momento da ação e, portanto, de modificar seu comportamento. A obrigatoriedade da educação determinada pelo Código de Trânsito demonstra o quanto o País evoluiu na interpretação das questões do trânsito que, até então, era pensado sob uma ótica unilateral em que a engenharia de tráfego tinha papel predominante. Hoje, com a dimensão que o trânsito ocupa na vida das cidades, é imprescindível trabalhar a educação para o trânsito, e por este caminho elaborar um estudo mais amplo para que as relações homem/via/veículo e homem/homem possam ser analisadas a partir de um enfoque psicossocial.
Essa nova visão engloba, além dos aspectos técnicos, as questões subliminares que permeiam as relações do homem com o meio trânsito, em que os interesses econômicos e individuais, os aspectos culturais, as crenças e os valores recebem um tratamento específico onde no tripé engenharia/fiscalização/educação, somente a educação tem instrumentos para abordar esse tratamento diferenciado. O trânsito agrega um conjunto de fatores que apenas a engenharia e a fiscalização não são capazes de manejar. Para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade, é necessária uma abordagem tridimensional: estudo e intervenção na infraestrutura da malha viária, fluxos e sinalização, realizados pela engenharia de tráfego; rigor no cumprimento da lei, pela fiscalização e; sensibilidade e técnica para observar e influenciar o comportamento do homem no trânsito, interpretar suas necessidades e anseios, pela educação.
Ao educador cabe contribuir com ações que serão compartilhadas com a população, para mantê-la informada e gerar um processo de conscientização que levará a uma mudança gradual de comportamento e à coparticipação democrática da sociedade na discussão dos problemas de trânsito.
Embora o CTB registre esse avanço, na prática, a educação para o trânsito ainda carece de mais espaço e investimentos da Prefeitura de Vitória e órgãos que atuam no setor, para que se possa atuar no mesmo patamar da engenharia de tráfego e de fiscalização do trânsito, criando parcerias para investigar as causas dos problemas e propor soluções.
Acreditamos que, este é o caminho para construirmos um trânsito mais humano e seguro, e para todos os dias celebrarmos a vida!
Vereador Devanir Ferreira (PRB)
Data de Publicação: segunda-feira, 13 de maio de 2013
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