Quando o fiel amigo morre

A perda de um animal de estimação, além de um fato triste é uma situação difícil para a família porque, seja por doença, acidente ou idade, quase ninguém sabe de antemão o que fazer e para onde levar o corpo do animal. Considerados como membros da família, não lhes proporcionar destinação digna gera angústia e a despedida se faz com inevitável sentimento de culpa.

Além das questões afetivas ligadas à morte do animal é preciso levar em conta também as questões ambientais e de saúde pública que decorrem da situação. Se o animal não morreu em uma clínica é importante avisar o veterinário, pois é preciso certificar-se da causa da sua morte – é obrigatório fazer um exame pós-morte se houver suspeita de raiva ou leptospirose. Caso a suspeita seja confirmada, a Vigilância Sanitária precisa ser comunicada. Outras doenças, como a cinomose, ficam no ambiente e podem contagiar outro animal, principalmente um filhote, que é mais sensível e como ainda não recebeu todas as vacinas, corre o risco de contrair a mesma doença. Isso feito é preciso cuidar da destinação do corpo do animal.

A prática mais comum é enterrar o amigo fiel no quintal ou jardim. Mas, a não ser que esse amigo seja uma pequena tartaruga, um pássaro ou um peixe, essa prática pode se tornar perigosa, tanto para o ambiente, como para a população, porque um corpo em decomposição produz necrochorume, líquido rico em bactérias, salmonela e duas substâncias tóxicas: putrescina e cadaverina, para os quais não existe antídoto. Se não forem tomados os cuidados adequados é certo que ocorrerá a contaminação do solo, águas de superfície ou lençol  freático,  o que pode vir a causar diversas doenças, como  tétano e hepatite.

A opção mais segura é enterrar o corpo do animal em um cemitério próprio. Apesar de ser uma alternativa ambientalmente segura - os empreendimentos dessa natureza só estão autorizados a funcionar se cumprirem as normas  ambientais vigentes – essa solução não é indicada para todos os casos e quem fizer essa opção deverá arcar com o custo do sepultamento e  manutenção do jazigo.

A cremação, opção em várias cidades do País, ainda não é um serviço à disposição dos capixabas. Do ponto de vista sanitário é, segundo a literatura médica veterinária, a melhor opção para a comunidade, principalmente nos casos de animais que morreram em razão de zoonoses - doenças que podem ser transmitidas ao homem, como toxoplasmose, leptospirose, raiva, psitacose, animais que morreram de viroses transmitidas entre animais, ou de causa desconhecida.

Em Vitória, a ação da Prefeitura restringe-se tão somente a recolher animais mortos que se encontram em logradouros públicos, enviando-os ao aterro sanitário. Assim, independentemente da causa da morte, o morador da Cidade não pode contar com qualquer auxílio do Poder Público local, caso o corpo do animal se encontre em casa ou na clínica.

Acredito que o melhor a ser feito é a Prefeitura disponibilizar o serviço de cremação. Cremar é um ato de respeito com o animal e não oferece risco nem ao ambiente nem à saúde pública. Cuidar de nossos animais, senhoras e senhores, durante a vida e mesmo quando perecem, é uma atitude que educa e cria no seio da família e da comunidade um vivo sentimento solidário e pacifista.

 

Luiz Emanuel (PSDB)

Data de Publicação: segunda-feira, 02 de setembro de 2013

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