Não é difícil para nós legisladores, e nem para a sociedade e outros setores responsáveis pela gerência das políticas públicas, de perceber as principais demandas reclamadas quase que por unanimidade pelo povo brasileiro, e, em especial, pelos moradores da cidade de Vitória. Sempre que estouram movimentos populares nas ruas e avenidas de nossa cidade, os cartazes e faixas exibem as mesmas reivindicações das grandes cidades brasileiras, destacando-se- as questões da moradia, desemprego, desigualdade social, saúde, educação, violência e exclusão social, fim da corrupção.
Como vereador de Vitória, temos procurado atuar em todas estas áreas na expectativa de dar respostas aos anseios de nossas comunidades, Até porque o acesso à moradia com as devidas condições de infraestrutura - saneamento ambiental, asfalto, iluminação, etc.-, uma educação de qualidade, uma distribuição de renda mais igualitária, o fim da violência e outras iniciativas que devem fazer parte da agenda dos Governos, é um direito do cidadão.
No entanto, meus senhores e minhas senhoras, entre estas questões relevantes que têm sido a base de minhas ações nesta Casa de Leis, destaco uma que no meu ponto de vista, pode contribuir para as profundas mudanças que precisamos efetuar em meio à sociedade, se quisermos nos tornar uma sociedade mais humanizada, solidária, inclusiva, justa, democrática e sustentável.
Me refiro à Educação. E congratulo-me com o Executivo pelo projeto Vitória Alfabetizada, que visa garantir a universalização da alfabetização até 2016 de cerca de 4.000 mil jovens e adultos moradores da capital, prioritariamente na faixa etária produtiva.
Mas, quando falo da educação, volto-me para o tema O Processo Formativo da Criança – Atores e Ações, assunto que de debatemos em audiência pública nesta segunda, 16. Não tenho o menor receio em afirmar que a fome, desigualdade, violência, injustiça, descaso ao meio ambiente, corrupção, preconceitos, preocupação apenas com os lucros, desemprego, ausência de ética e moral, estão intimamente ligados aos valores ensinados no seio familiar e nos estabelecimentos escolares, principalmente no ensino infantil e fundamental, período essencial para o desenvolvimento humano. Sabemos que a educação é radical: ela é a raiz do bem ou raiz do mal.
Entendo que este Poder Legislativo, junto ao Poder Executivo, tem a responsabilidade e a obrigação legal de dar uma resposta à sociedade de Vitória sobre o Processo Formativo da Criança – Atores e Ações. E nada melhor entendermos a dinâmica do ensino em nossas escolas. Aos pais de alunos da rede pública municipal e à sociedade cabe-nos a honestidade da informação sobre o que está sendo ministrado dentro das salas de aula.
As famílias, as escolas, os Poderes Constituídos precisam estar em diálogo permanente para debaterem aquilo que é essencial para a vida das crianças. Falar sobre sexualidade precoce, bullying, violência doméstica e outros temas ao universo jovem, carece de uma participação mais efetiva da sociedade.
Quando falamos sobre o Processo Formativo da Criança, necessariamente temos que incluir os seus agentes principais, os atores, e o conteúdo que tem sido dispensado como material educativo e didático nas escolas, que são as ações. Preocupa-me, senhores e senhoras, quando atores e ações invertem o papel da escola na vida de seus alunos, restringindo-se unicamente à transmissão de conhecimentos globalizados. A escola precisa conhecer quem são suas crianças, seus interesses, suas realidades, necessidades e crenças. Crianças que possam brincar de maneira autônoma, escolhendo do que, com que e com quem querem brincar.
Nenhum livro didático, computador ou recurso técnico substitui a qualidade da relação professor, aluno, pais de alunos. O projeto educativo de uma escola deve ser livre da tutela estatal, tendo como base sua comunidade educadora, partilhado por familiares e professores. Cada cidade, cada escola, cada aluno é diferente.
Hoje, as escolas públicas estão sendo obrigadas a seguir programas impostos pelo estado, cerceando a criatividade e a iniciativa dos professores, e, como consequência, desestimulando a criatividade, a iniciativa e o interesse dos alunos. Por estas e outras razões é que temos exigido do governo municipal a proibição de projetos que influenciam negativamente os alunos da rede pública como instalação de fábrica de camisinhas, nome social, banheiro único, cartilhas com ilustrações indecorosas e textos perniciosos... não entendemos estas iniciativas como valores e normas sociais próprias para os nossos alunos. Chamo este recurso como crise valor.
Aliás, é bom lembrarmos as palavras do Papa Francisco durante a sua visita ao Brasil. Disse ele textualmente: “A cultura do lixo" seleciona os seres humanos em função de sua utilidade para a sociedade de consumo. Com a cultura do lixo, a vida humana não é mais vista como um valor fundamental a respeitar e proteger".
Temos pregado e defendido os valores e princípios bíblicos e temos sido mal interpretados. Porém, com certeza, a rejeição da visão bíblica da queda tem levado a métodos educacionais irreais e inexecutáveis que não se sensibilizam as necessidades de nossas crianças quanto a direção moral… Se a compreensão errônea da queda enfraqueceu a educação, o que dizer dos efeitos de uma doutrina errônea acerca da redenção?”.
Quando abrimos esta discussão sobre o Processo Formativo da Criança – Atores e Ações, digo sem medo de errar: a família não pode ser desconstruída. Ela precisa despertar para educar os filhos com deveres, normas e consciência social para descobrirem os seus direitos; e a escola, por sua vez, não basta formar médicos, advogados, professores com um profundo conhecimento técnico. Os princípios e valores é que vão nortear a vida de cada um dos alunos e referenciar a escola no local onde estiver plantada.
Vereador Davi Esmael (PSB)
Data de Publicação: terça-feira, 17 de setembro de 2013
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