Certo dia me deparei assistindo um desenho animado do estabanado Pateta, um dos integrantes da turma do Mickey. Este desenho fez sucesso nas televisões brasileiras. Pateta, desta vez, fez o papel de um motorista comum de Nova Iorque que, antes de entrar em seu automóvel, era dócil, generoso, respeitava os animais, não jogava lixo no chão e ajudava a vovó a atravessar a avenida. Entretanto, quando entrava em sua máquina de quatro rodas, era possuído por um sentimento de selvageria e intolerância. Ele não era nem condutor, nem um piloto de corrida, pois até mesmo os pilotos de corrida costumam obedecer às regras das competições. Ele se tornava um ser irracional, egoísta e selvagem. Disputava cada espaço do território chamado avenida, tudo era dele, gritava e falava mal dos condutores que achava estar competindo por “seu” espaço. Generosidade não permeava as solas de seus pés, era “esperto” e queria sempre ganhar vantagens diante dos outros.

 

Para o mal educado, o pedestre não tinha vez, o pedestre que espere, pois o carro é mais forte e o pode atropelar. As faixas de trânsito não o sensibilizavam a nada e, quando via o sinal amarelo, disparava em sua mente a seguinte mensagem: acelere, acelere! Pateta só conseguia entender e valorizar o pedestre quando era pedestre, pois, quando se tornada condutor, ignorava e agia com violência dentro de sua máquina inatingível e feroz. O desenho termina condenando as práticas e a conduta do péssimo condutor no trânsito.

 

O mais curioso é que este desenho foi lançado nos Estados Unidos no início da década de 60, ou seja, já se preocupavam com a educação das crianças e adolescentes norte americanas quanto à questão da educação no trânsito. Como em qualquer área da sociedade, seja no meio ambiente, seja na prevenção contra as drogas, seja na conquista da cidadania, por exemplo, a escola e a educação são indispensáveis e determinantes para a construção de uma sociedade mais justa e segura.

 

Data de Publicação: segunda-feira, 31 de março de 2014