Como é ser um jovem negro na periferia? Este é o tipo de questionamento que abre margens para números e estatísticas assombrosas. Você sabia que entre os homicídios registrados que envolvem jovens no país, a maior parte das vítimas tem a pele escura? Precisamos entender os motivos e parar de imaginar o racismo como uma questão retrógrada. O preconceito está mais vivo do que nunca e é capaz de atrocidades.

 

No Espírito Santo não é diferente. O número de jovens negros que sofrem violência cresce a cada dia. A pele não deve ser um fardo. Ninguém pode ser punido pela cor. Ela deveria ser puro motivo de orgulho. Pena não ser esta a realidade vivenciada. O que os jornais nos apresentam todos os dias é o puro reflexo de uma intolerância sem fundamento.

 

Recentemente fomos surpreendidos com um novo mapa da violência que apresentou dados interessantes. Desde 2003 o número de homicídios no país tem diminuído a cada dia. Está é uma conquista que merece ser respeitada. Porém, juntamente com estes números permanece a verdade de que a maioria dos homicídios, ainda cometidos, continua atingindo mais os negros. Até quando?

 

As mortes em bairros nobres abrem espaço para grandes reportagens. Já as mortes da periferia só são números. Números que crescem e diminuem sem ninguém buscar motivos ou soluções. Números que não olham família, que não levam em conta as histórias ou as dificuldades que cada vítima sofreu. Números que só serão números, até o dia em que passarem a ter nome e sobrenome.

 

Ser jovem, negro e morar na periferia, não deve ser motivo de medo. Nosso país precisa entender um pouco mais sofre diversidade. A diversidade que entende a cor não com hierarquia, mas com a sabedoria de que todos somos iguais e merecemos respeito.

 

Wanderson Marinho (PRP)

 

 

Data de Publicação: segunda-feira, 20 de julho de 2015