Dia Internacional da Mulher

O dia internacional da mulher, oficializado pela ONU em 1975 como sendo 8 de março, é um dia de luta e de reflexão, muito mais  do que de comemoração.

Aqui em vitória, e no espírito santo de modo geral, seguimos como um dos lugares mais violentos para as mulheres.

Apesar da redução no número geral de homicídios registrados no estado nos primeiros meses deste ano, com relação aos anos anteriores, a violência contra a mulher aumentou e segue no topo da lista.

Exemplos de machismo, intolerância de gênero e da coisificação da mulher, que nada mais é, para muitos homens, do que um mero objeto, passível de ser descartada de forma cruel e violenta a qualquer tempo.

Uma outra questão que demonstra a desigualdade e o machismo persistente em nossa sociedade envolve as relações de trabalho.

Uma ONG britânica divulgou que, em relação aos homens, as mulheres passam em média 10 anos a mais de suas vidas realizando tarefas domésticas não remuneradas.

Em uma semana, isso representa mais do que o triplo do tempo dedicado pelos homens nas tarefas de casa.

A ONU também traz outro dado que revela a crueldade dos dias atuais.

Como as mulheres tem que trabalhar fora e ainda cuidar da casa, está ocorrendo uma crescente desassistência à infância.

A ONU estima que 35 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade passam várias horas do dia sozinhas, ou em companhia de uma outra criança um pouco mais velha, ou seja, sem o acompanhamento de um adulto. Nos países pobres, onde não há oferta de serviços de educação pública de qualidade, cerca de 46% das crianças nesta faixa etária enfrentam essa triste realidade.

E não é por negligência materna, mas sim pela necessidade de levar o sustento para dentro de casa, num mundo de economia cada vez mais competitiva e selvagem.

Outra questão perversa/ que afeta as crianças, e em especial as meninas, é o crime de pedofilia.

A delegacia de proteção à criança e ao adolescente recebeu um milhão de imagens, entre fotos e vídeos obscenos, envolvendo crianças e adolescentes, somente no ano passado.

A maioria dos casos é de meninas que tiveram suas imagens expostas na internet.

Pesquisa realizada em outubro do ano passado por outra ONG, que analisou 80 mil mensagens no twitter, revelou que a idade média em que as meninas são assediadas na internet pela primeira vez é a partir dos 10 anos de idade.

As crianças vítimas de assédio nas redes sociais desenvolvem um sentimento de culpa, e também sofrem com a vergonha promovida pela exposição da imagem, o que leva a traumas psicológicos, depressão, síndrome do pânico, e em casos extremos o abuso pode até induzir ao suicídio.

Além do amparo do Estado, que deve punir os agressores, é necessário que as famílias tenham um diálogo aberto para que essas garotas não se transformem em vítimas potenciais.

São muitas questões que envolvem o mês da mulher.

É necessário ter um olhar para os avanços obtidos, sim, mas principalmente é fundamental seguir fazendo uma análise crítica com os pés na realidade.

É importante perceber que ainda não temos muito a comemorar, pelo contrário/ temos que lamentar o aumento nos casos de violência contra a mulher.

Temos que lutar para que os homens da nossa Cidade e do nosso Estado sejam menos machistas, e mudem seus conceitos. É necessário evoluir e abrir os olhos para o fato de que as mulheres não vão recuar na conquista de seus direitos, e não são meros objetos ou coisas, mas podem se tornar excelentes companheiras dos homens, desde que se estabeleça uma relação de respeito e igualdade de direitos. Temos muito chão pela frente. Vamos seguir na trincheira de luta.

 

Data de Publicação: segunda-feira, 14 de março de 2016

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