Dias após a vitória democrática da presidente Dilma Rousseff, em outubro de 2014, movimentos já foram marcados para o início de 2015, pedindo o impeachment da chefe do executivo. Não precisa ser um grande estudioso para se dar conta de que esse processo é um instrumento precioso, importante, constitucional, mas que deve ser utilizado em casos muito específicos e não banalizado e que só pode ser dado andamento em possíveis crimes de responsabilidade cometidos no exercício do mandato vigente.
Então, está evidente: o que muita gente está querendo é se vingar da derrota eleitoral. O que está por trás do impeachment no governo Dilma? Disso podemos supor várias coisas, porém uma é crucial. O interesse das classes políticas e dos meios de comunicação em fatiar um governo em seu favor, são de perto os panos de fundo do cenário dos jogos dessa avalanche midiática com medíocres interesses. Estão querendo dignificar a política brasileira? Não se iluda, não. Um partido acusa de cá, outro de lá, e no meio disso tudo a mídia golpista dando todos os blocos, espaços e ênfases.
O golpe foi escancarado. Jatinhos particulares de empresários foram utilizados para transportar parlamentares para Brasília, as vésperas da votação de abertura do processo de impeachment. Seria uma versão “sofisticada” do tão criticado pão com mortadela? O que é mais digno de destaque na mídia?
A votação, na Câmara Federal, em si foi um espetáculo assombroso, algo de envergonhar os idealizadores da nossa recente democracia. Houve deputado, que a sociedade tem o asco de citar o nome, homenageando assassino e torturador. Palavras como família, tradição e Deus foram fartamente utilizadas. E o fundamento jurídico para o impedimento? Nulo. Mero detalhe, até porque não há crime para tal sanção.
O jornal digital Nexo afirma que 367 deputados possuem patrimônio maior a R$ 2 milhões, sendo 271 receptores de doações de empresas investigadas na operação Lava Jato. Outro fato interessante sobre os 367 votos, coincidência ou não, é que somado os 267 votos conquistados pelo próprio Cunha na eleição da presidência da Casa com os outros 100 alcançados por Júlio Delgado – PSB/MG, a “conta” fecha.
Neste momento saber ler nas entrelinhas é imprescindível. Com todos esses dados está notório o movimento de golpe. É o que também corroboram influentes jornais do mundo inteiro, como o The Guardian (Inglaterra), El País (Espanha) e The New York Times (EUA).
O 12/05/2016 ficará marcado por toda história desta nação como um dia leviano. Data em que a nossa tão juvenil democracia foi arranhada, e pior, arranhão cometido por mãos lameadas de políticos da estirpe de Cunha e Temer.
Neste dia o Senado Federal acolheu um processo de impedimento à Presidenta comprovadamente honesta e que não cometeu nenhum tipo de crime de responsabilidade fiscal, ou algo ilícito previsto para tal sanção em nossa Carta Magna.
O governo Temer é o reflexo da instabilidade política, insegurança jurídica, retrocesso social e isolamento internacional. Diante desse tempo obscuro, resta a resistência política nas ruas e nos espaços públicos e nos espaços institucionais.
Não há o que se falar em um pacto de governabilidade para um governo ilegítimo e que desconsiderou 54 milhões de eleitores e eleitoras. Como disse a presidenta eleita do Brasil hoje, vamos continuar mobilizados e em paz na luta para derrotar o golpe!!!
Data de Publicação: quarta-feira, 18 de maio de 2016
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