Falar em mobilidade urbana requer planejamento e depende de condições como participação popular, alianças políticas e boa gestão. Com a participação popular é possível entender a mobilidade urbana e pensar em alternativas e ferramentas que façam os percursos com qualidade e pontualidade. Alianças políticas porque Vitória, como capital, puxa o debate e tem o papel de interligar as demais cidades da Grande Vitória. Boa gestão porque é preciso saber aplicar bem o dinheiro público, priorizando um assunto que a cada dia exige mais dinamismo e urgência.
Na Grande Vitória, o assunto abrange o debate sobre o PDU (Plano Diretor Urbano) dos municípios para que haja agregação no uso e na logística do transporte coletivo. Ninguém aguenta mais ficar no ponto de ônibus por mais de uma hora e, depois, pegar um coletivo lotado, cujo preço da passagem é questionável. Logo, um dos desafios estratégicos, e isso envolve também o Governo Estadual, é a melhoria da estruturação do sistema viário.
Quando se fala em mobilidade urbana, pensa-se logo em ciclovias e no aquaviário, como também no Bus Rapid Transport (BRT), sistema já existente em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Bogotá (Colômbia), entre outras. O uso do BRT mudará o hábito de se pegar ônibus, mas o debate sobre a mobilidade urbana envolve também outros assuntos como o meio ambiente e a logística. De que adianta pensar apenas em mobilidade em Vitória e não unir forças com outros municípios da Grande Vitória? O cidadão é quem sai perdendo.
A ciclovia é uma ótima ideia, mas em Vitória funciona apenas para lazer, aos finais de semana, com uma linha de cones ao longo do asfalto. Quem consegue, em Vitória, usar a bicicleta e chegar ao trabalho sem ficar encharcado de suor? Faltam árvores e infraestrutura para os ciclistas. Um trabalhador que mora na região da Grande São Pedro e trabalha em Jardim Camburi, por exemplo, tem de fazer malabarismos nas calçadas e avenidas até chegar ao calçadão de Camburi, cuja estrutura funciona para ciclistas.
Unir esforços para saber integrar saberes é um dos desafios, porém, ao Governo Estadual cabe o papel de coadjuvante na costura política entre os municípios. Ações para a melhoria da mobilidade urbana ultrapassam questões políticas e seria o caso até de se criar uma Agência para gerenciar o assunto com toda Região Metropolitana da Grande Vitória.
Durante décadas, a expectativa dos cidadãos motorizados era de que o poder público tinha a obrigação de garantir fluidez aos carros. A cidade não pode mais dar prioridade ao automóvel e sim, às pessoas. Esse seria o caminho para o despertar da consciência da população urbana quanto à importância da cidadania e à ocupação dos espaços públicos, tornando-os mais seguros e humanos.
O Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Vitória ainda não foi desenvolvido e, como vereador, cobro a construção dessa importante ferramenta em conjunto com entidades urbanistas, Universidade e população.Todos os caminhos levam e cobram atitudes quanto à prática da mobilidade urbana. É grande a demanda por transportes menos poluentes, ainda mais numa cidade litorânea. O cidadão precisa de liberdade de horários e de caminhos a percorrer. Espera-se, dos poderes públicos, que tal caminho não seja longo e demorado.
Vereador Reinaldo Bolão (PT)
Data de Publicação: terça-feira, 31 de maio de 2016
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