Uma cena comum ao abastecer o veículo é o motorista solicitar ao frentista o enchimento do tanque “até a boca”, ou seja, completar o combustível após o travamento do dispositivo de segurança automático.

 

Esses motoristas não sabem que durante o abastecimento são emitidos vapores de substâncias químicas, que são prejudiciais para a saúde dos trabalhadores e também do ponto de vista ambiental. Além de prejudicar o frentista, completar o tanque após a trava pode também comprometer a manutenção do veículo.

 

Dados dos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social, além do Sindicato dos Frentistas, têm mostrado que vários trabalhadores, por conta da inalação desses vapores tóxicos, têm comprometimento de suas atividades nos sistemas neurológico, linfático e hematológico, ocasionando lesões graves, muitas delas irreversíveis, prejudicando assim a sua saúde.

Pensando nisso, protocolei aqui na Câmara de Vitória o Projeto de Lei que regulariza o abastecimento dos veículos, mesmo quando solicitado pelo motorista o enchimento total do tanque.

Além de preservar a saúde dos frentistas e dos próprios consumidores, o objetivo é combater a exposição a uma substância líquida, inflamável e incolor chamada benzeno, que é liberada em grande quantidade quando o veículo é abastecido até a capacidade máxima. O benzeno é derivado do petróleo e muito utilizado em laboratórios químicos.

 

Para se ter ideia de como essa exposição é prejudicial à saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui o benzeno em sua lista de produtos cancerígenos. A exposição prolongada à substância provoca diversos malefícios ao organismo e, ao ser inalado, é rapidamente absorvido pelas vias respiratórias e armazenado no tecido adiposo, no sistema nervoso central e na medula óssea.

 

Pela saúde dos frentistas, proibir o abastecimento “até a boca” é uma medida necessária que deve ser adotada em todos os postos de combustíveis de nossa capital.

 

Luiz Paulo Amorim

 

Data de Publicação: terça-feira, 25 de abril de 2017