Vítimas da própria omissão

Recentemente, em Brasília, manifestantes gritaram contra as reformas trabalhistas e da previdência. O choque com as forças policiais resultou em um cenário de guerra. Mas o joio deve ser separado do trigo. O excesso de alguns não pode justificar a mão pesada de quem faz cumprir a lei. Discute-se o vandalismo e interesses de alguns, e não o motivo da manifestação de muitos.

 

Aprendemos nas salas de aula e nos livros a trajetória de heróis que sofreram duras consequências pelos seus ideais: Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Mahatma Gandhi, Rosa Parks, Rubens Paiva, Laura Coutinho, entre outros.

 

Considerado um dos mais importantes líderes mundiais e vencedor do Nobel da Paz, Nelson Mandela passou 27 anos na prisão por defender os direitos humanos em um regime de segregação racial vigente em seu país. Por meio da sua liderança a África livre virou realidade.

 

Outro exemplo é a desestabilização econômica e torturas aos direitos civis causados pela ditadura militar em nosso país. Vale ressaltar que, apesar da predominante presença dos militares no comando do golpe de 1964, o ato só foi possível graças a aceitação da sociedade civil.

 

A ditadura cerceou a liberdade de imprensa e aumentou drasticamente o distanciamento entre as classes sociais. Os protagonistas que agiram contra este regime eram poucos em relação à massa. Eles eram tidos como inimigos do estado e receberam o tratamento “apropriado” das forças de segurança pública. Quem lutava pela mudança de regime foi torturado e, em muitos casos, desapareceu para sempre.

 

Demorou 21 anos para que as massas se juntassem contra os mandos e desmandos através das reivindicações do movimento Diretas Já. Infelizmente, a história se repete: ouve-se novamente o clamor por eleições presidenciais. No último dia 28 de maio, artistas de renome fizeram um show no Rio de Janeiro que reuniu milhares de pessoas levantando a bandeira do voto direto.

 

Recentemente, em Brasília, manifestantes gritaram contra as reformas trabalhistas e da previdência. O choque com as forças policiais resultou em um cenário de guerra. Mas o joio deve ser separado do trigo. O excesso de alguns não pode justificar a mão pesada de quem faz cumprir a lei. Discute-se o vandalismo e interesses de alguns, e não o motivo da manifestação de muitos.

 

A verdadeira pauta é o prejuízo aos direitos adquiridos em mais de 50 anos de avanços. Benditos sejam os que, ao longo da história, lutaram pela possibilidade do ir e vir de muitos. Sem eles não teríamos uma Carta Magna, o espaço da mulher na sociedade e nem a Democracia.

 

Enquanto a Constituição Nacional promulgada em 1988 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) criada em 1943 estão sendo rasgadas em Brasília, o governo federal perdoa a dívida de mais de R$ 20 bilhões por sonegação de um banco de capital privado. A estatística dos 14 milhões de desempregados é resultado da corrupção desenfreada e falta de gestão. O descrédito dos investidores estrangeiros no país se dá pela falta de segurança jurídica gerada pela instabilidade política. Felizmente, o véu da distopia caiu a tempo.

 

Infelizmente, a falta de timing dos movimentos sindicais em discutir reformas estruturais, como a agrária, a tributária e a previdenciária, permitiu que culparem a CLT e penalização da classe trabalhadora pela crise econômica e social em nosso país. Estamos falando de um despertar tardio. Os sindicatos, neste caso, são vítimas da própria omissão, pois poderiam ter discutido o assunto em um período mais favorável para o debate justo.

 

Se as delações e as provas contundentes não resultarem no impeachment, em 2018, todos nós poderemos honrar a luta dos que permitiram o meu e o seu direito de protestar nas urnas.

Vereador Leonil (PPS)

Data de Publicação: segunda-feira, 17 de julho de 2017

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