Desde o começo de meu mandato, quando criei a Comissão Especial de Desburocratização e Empreendedorismo (Cede/CMV), da qual sou presidente, na Câmara Municipal de Vitória, estamos trabalhando em prol da simplificação administrativa, da desburocratização. E muitos resultados já foram obtidos nesse um ano e meio de Cede/CMV.
A meu ver, melhorar o ambiente de negócios na cidade de Vitória, criando meios para incentivar o empreendedorismo, é uma forma de contribuir de forma eficaz para o seu desenvolvimento, principalmente em áreas importantes, como a saúde, educação e a segurança. Mas, por outro lado, essa cultura empreendedora deve começar desde cedo, na educação de base.
Para ver como anda o cenário empreendedor do Brasil, vou destacar neste artigo um pouco da pesquisa “Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro”, realizada pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje). É fácil perceber pelo estudo que os jovens querem, sim, empreender, mas muitas vezes encontram empecilhos, principalmente burocráticos.
Entre os jovens que já empreendem, a faixa etária mais ativa está entre 26 e 30 anos de idade, com 35% dos entrevistados. Já entre os jovens que desejam se tornar empreendedores a faixa etária está entre 21 e 25 anos. Isto sugere que existe um tempo de maturação entre ter a ideia e a vontade de empreender, e também a consequente aplicação.
O sexo masculino ainda predomina na atividade empreendedora entre os jovens brasileiros. Isto mostra como é importante trabalhar uma cultura empreendedora entre o público feminino jovem. Mas, neste caso, alguns dados revelam diferenças interessantes no processo de “decisão de empreender” entre o homem e a mulher.
O estudo mostra que os jovens empreendedores buscam cada vez mais uma cultura educativa para empreender. Mas é interessante ressaltar que 43,1% das mulheres possuem pós-graduação, enquanto 43% dos homens possuam somente a graduação. Isto revela que as mulheres se qualificam mais antes de empreender.
É bom lembrar que a grande maioria dos jovens empreendedores (32%) possui uma renda de 6 a 10 salários mínimos. O jovem com renda de até três salários mínimos empreende menos. Isso revela que falta investimento em políticas públicas que incentivem o empreendedorismo e o primeiro negócio entre esse público, como alternativa de autoemprego e renda, principalmente em tempos de crise onde os índices de desemprego aumentam e a perspectiva do jovem se torna limitada no mercado de trabalho. Mas uma vez aqui fica evidente a criação de uma cultura empreendedora desde a educação de base, fazendo com que o aluno chegue a vida adulta preparado para empreender.
Aliás, a falta de qualificação é um dos principais motivos para que o jovem não possa ou não tenha sucesso em empreender. Dentre os jovens entrevistados podemos observar que 86% relatam não ter passado por nenhum tipo de qualificação ou preparação ao longo da vida escolar. Então, fica evidente, que a educação empreendedora ainda não foi vista pelo governo como prioridade de política pública, apontando para a emergência nesta pauta como saída para o desenvolvimento do país a médio prazo, para geração de mais empregos, aumento de arrecadação e reestruturação econômica.
Os jovens que empreendem possuem, em sua grande maioria, apenas uma empresa (63%) seguida por duas empresas (25%). Dentre as empresas, podemos notar que o setor de serviços (48%0 e comércio (27%) são os que possuem a maior parte das empresas. Juntos correspondem a 75% das empresas do jovem empreendedor.
Quando analisado o porte da empresa podemos observar que a grande maioria dos jovens possui uma microempresa (51%) ou uma empresa de pequeno porte (20%). Este segmento é muito importante ao cenário nacional de empregabilidade, pois estas micro e pequenas empresas tornam-se geradoras de emprego e renda a grande parte da população.
Economicamente é indiscutível a importância dos jovens empreendedores no país, onde a grande maioria das empresas (70%) responde por empregar até 9 funcionários e 21% delas por empregar de 10 a 49 funcionários. E isso é muito importante, por isso a necessidade de investimento no setor é salutar. Até porque, além de gerar empregos, as empresas são responsáveis por geração de renda ao país, o que contribui para o desenvolvimento de áreas como saúde e educação.
Na hora de abrir uma empresa o motivo mais citado para que essa abertura não ocorra é que 35% dos jovens acreditam que o cenário econômico não é favorável. Já 29% dos jovens abririam de qualquer forma. Dentre os que responderam “outro” podemos citar a burocracia como um grande entrave.
Já os principais desafios externos encontrados pelo jovem empreendedor hoje são: carga tributária elevada (58%) seguido por burocracia (23%). Isso mostra a necessidade eminente de políticas públicas mais favoráveis ao investimento e facilitação na abertura de empresas.
Esse cenário apresentado pela pesquisa mostra, então, que a Cede/CMV está no caminho certo, tentando desburocratizar o sistema visando facilitar a vida do cidadão e do empreendedor. O objetivo é ajudar a melhorar o ambiente de negócios, debatendo sempre com a sociedade.
Mazinho dos Anjos (PSD)
Vereador de Vitória
Data de Publicação: quinta-feira, 19 de julho de 2018
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