Os EUA promoveram a Cúpula do Clima, uma iniciativa que envolveu lideranças de mais de 40 países, nos últimos dias 22 e 23 de abril, por videoconferência, para debater o papel estratégico das nações em estimular a criação de planos para reduzir as emissões de poluentes e gás carbônico até 2030.
O presidente americano, Joe Biden, reconheceu que seu país não está no caminho adequado para conter o aquecimento global e anunciou metas bem ambiciosas de corte nas emissões dos Estados Unidos. O líder da China, Xi Jinping, declarou que a China conseguirá zerar suas emissões apenas em 2060, uma década mais tarde da meta apresentada pela maioria dos países, inclusive o Brasil.
Segundo o relatório da ONU, Estados Unidos, União Europeia, China e Índia respondem por cerca de 55% das emissões globais de carbono. A China é o maior poluidor do mundo, responsável por 28% das emissões de carbono.
O Brasil apresentou credenciais alicerçadas por conquistas como a preservação da maior biodiversidade do planeta. A Cúpula serviu de vitrine para que o mundo tomasse conhecimento que temos 84% do bioma amazônico preservado. Mesmo sendo uma potência econômica com forte presença no mercado internacional, construímos diversos mecanismos que tornaram nosso país responsável por apenas 3% das emissões.
Esses mecanismos ainda fazem parte da meta de muitos países. Vladimir Putin, por exemplo, reafirmou seu compromisso de trabalhar para construir normas mais eficientes. Como parlamentar, afirmo que normas como o nosso Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) não são fáceis de serem construídas; elas dependem de um consenso — impensável em muitas nações — que envolve interesses do setor produtivo, de diversas organizações da sociedade civil, comunidades tradicionais, etc... A construção de um mecanismo tão abrangente denota a pujança de nossa democracia e, por maior que seja nossa polarização política, aponta que nossa sociedade consegue congregar esforços em torno de um projeto nacional cuja meta seja o bem comum.
O Brasil colocou-se como parceiro indelével de outras nações do planeta que buscam a neutralidade climática. Apresentamos o compromisso de erradicar o desmatamento ilegal até 2030.
Outro ponto que merece destaque foi a observância dos mais de 23 milhões de amazônidas que vivem na região mais rica do planeta, mas que infelizmente desfrutam de baixíssimos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).
Não haverá preservação sem o fomento da bioeconomia, a criação de plataformas inteligentes de desenvolvimento sustentável e a inclusão dessa população numa “economia verde”.
Nossas metas ainda carecem de superar alguns desafios: Temos graves e inúmeros processos envolvendo as questões fundiárias que precisam de solução. A proteção e exploração sustentável de nosso inigualável patrimônio genético é outro tema que precisaremos trabalhar como “estratégia central” para o cumprimento de nossas metas ambientais.
A Cúpula do Clima mostrou que as grandes potências ainda não estão empenhando esforços suficientes — nem o pagamento pelos serviços ambientais das economias emergentes — para neutralizar as emissões de poluentes, contudo, foi fundamental para repactuar compromissos e, também, para desconstruir narrativas — não raro, patrocinadas por concorrentes de nossos produtos agropecuários — de que somos uma nação alheia aos desafios impostos pela emergência climática.
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Luiz Emanuel (Cidadania) é vereador em Vitória.
Data de Publicação: segunda-feira, 26 de abril de 2021
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