A força da natureza se expressa de forma rotineira, afetando inúmeras famílias capixabas, mas hoje falamos especialmente da Região 2 de Vitória. A combinação de chuva forte e maré alta já provocou uma série de alagamentos, que levaram prejuízo e outros muitos transtornos para quem vive nas áreas atingidas pelos alagamentos. São famílias que perdem seus bens, pessoas que ficam ilhadas, impedidas de ir e vir, crianças sem aulas, trabalhadores sem sustento. Dói assistir a chuva levar o pouco que se constrói com muita luta.

Boa parte da formação da Região se deu por aterros, desde o início do século XX, fazendo com que a Vila se expandisse em direção à Santo Antônio. Até 1940, obras desse tipo fizeram com que não apenas a Grande Santo Antônio, mas toda Capital, tivesse novas feições, aumentando em cinco vezes a área continental. Isso alavancou a urbanização, aumentando o número de habitantes. 

Já entre os anos de 1980 e 1990, um outro ponto que merece destaque é a ocupação ao longo da Rodovia Serafim Derenzi, com a criação de outros bairros que hoje compõem a Região 2, como Grande Vitória, Estrelinha e Inhanguetá. Para todos esses, foi necessário também aterrar parte do manguezal.

Mas o avanço sobre a baía teve um preço: os alagamentos se tornaram parte da rotina dos moradores. Seja pela ocupação desorganizada, ou pela falta de conhecimento de engenharia à época, o reflexo foi o mesmo que até hoje perdura: enchentes e prejuízos para muitas famílias. Os bairros se formaram abaixo do nível da maré, então é só a combinação de chuva forte e maré alta surgir que vem toda dor de cabeça de quem vive nessas áreas.

Fora os aterros, a falta de rede, por parte da Cesan, fez com que as casas ligassem o esgoto na rede pluvial, aumentando o fluxo, na mesma proporção em que reduz a capacidade de escoar a água da chuva. Até hoje, em pleno 2022, existem vias na Grande Santo Antônio que não possuem rede de esgoto da concessionária.

A notícia dada, durante a primeira sessão de 2022, pelo Prefeito Pazolini, levou esperança a quem sofre há tantos anos: a obra de macrodrenagem da Região 2 vai ser feita. O investimento será de R$115 milhões.

Isso nos faz lembrar uma das primeiras reuniões na Secretaria de Obras, no início de 2021, quando levamos a indicação desse serviço, feita pelo gabinete, até o Secretário Gustavo Perin. Mostramos o drama vivido pelos afetados e como esse problema tinha sido negligenciado por gestões anteriores.

Vale lembrar que quando se fala em macrodrenagem não se trata apenas de infraestrutura física e financeira, mas também avanço na saúde dos afetados, tirando o risco de se contrair doenças causadas pelo contato da água da chuva.

É mais cuidado, é mais qualidade de vida para os moradores, é mais um avanço. E é muito bom fazer parte disso, seja ouvindo e levando as demandas, seja cobrando os envolvidos, seja votando projetos que inicialmente parecem duros, mas que lá na frente vemos o benefício para o desenvolvimento da Cidade de Vitória.

 

Duda Brasil (PSL) é vereador em Vitória.

Data de Publicação: segunda-feira, 07 de fevereiro de 2022