55% dos brasileiros são afetados pela insegurança alimentar

Enquanto o governo Bolsonaro insiste na fantasia de que somos o “celeiro do mundo”, 55% dos brasileiros são afetados pela insegurança alimentar, segundo pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional; e pela primeira vez a taxa superou a média global. 

Infelizmente essa é a realidade do Brasil hoje: mais da metade dos lares brasileiros em situação de insegurança alimentar e 19 milhões de pessoas passando fome. A taxa de desemprego segue elevada e abriga 41% da população abaixo da linha da pobreza. Aliada a renda baixa, esses fatores se tornaram determinantes para o agravamento da fome e da miséria. 

Em nosso estado, temos mais de 2.683 pessoas vivendo em situação de rua, 400 mil pessoas que não comem todos os dias e diversos casos de pais e mães que precisam se submeter a suplicar por alguma ajuda, para que tentem - na maioria das vezes sem sucesso - garantir ao menos a única refeição do dia para seus filhos. 

É inegável que a pandemia ajudou a agravar o quadro, mas chega a ser vergonhoso alegar que apenas ela foi a culpada de todas as mazelas que enfrentamos agora. Os rumos econômicos que o país foi tomando, principalmente depois do golpe de 2016, fizeram com que o Brasil seguisse o caminho de aumento da fome, deixando as pessoas à mercê da caridade ou da fila dos ossos. 

E diante de todo esse cenário, se torna mais do que necessário debater, propor e cobrar a quem compete, que sejam estabelecidas políticas públicas, que são fundamentais na manutenção da fome. A título de exemplo, cito aqui a indicação feita pelo meu mandato no começo de 2021 para a reabertura, com urgência, do Restaurante Popular da capital, que servia aproximadamente duas mil refeições diárias com preços justos, possibilitando que as pessoas tivessem acesso ao direito humano de se alimentar com segurança. Essa é uma demanda que eu continuo batendo na tecla porque não é aceitável que um equipamento público tão importante não tenha previsão de reabertura e de garantia de dignidade para as pessoas. 

 Outras indicações que também fiz pelo mandato no ano passado foi a implementação de Cozinhas Comunitárias e do "Cartão Alimenta", como uma forma gradativa de substituir a entrega de cestas básicas por cartões com valores determinados para que as famílias pudessem escolher o que comprar, garantindo dignidade, alimentação de qualidade e autonomia. 

Durante os períodos mais difíceis presenciamos uma grande onda de caridade e mantivemos a nossa fé na humanidade; mas não podemos nos apegar a essas iniciativas, que resolvem o problema de forma momentânea, pois acaba sendo um cheque em branco para que o Estado se esquive de sua responsabilidade em garantir a segurança alimentar e nutricional da população. 

 

Karla Coser é vereadora em Vitória.

Data de Publicação: segunda-feira, 06 de junho de 2022

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