Neste mês comemoramos o Julho das Pretas, marcado pelo Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha, comemorado no dia 25 de julho, e, também, pelo Dia de Tereza de Benguela, que resistiu e combateu o regime escravocrata à frente do Quilombo Quariterê, que liderou por 20 anos.
Um mês para rememorar e celebrar a vida e as histórias das mulheres negras que mantêm esse legado de luta e conquistas vivo em Vitória e cobrar para que elas tenham o direito de acessar e viver plenamente em nossa cidade.
Um mês para contar a “história que a história não conta” e visibilizarmos mulheres que constroem as conquistas dia a dia, mulheres como Zacimba Gaba, Domingas, Elisa Lucinda, Marias, Marielles e cada uma que está nas comunidades lutando pela vida de seus filhos, pelos direitos básicos à Educação, Saúde e dignidade.
Falar da vida das mulheres negras é falar de resistência. As mulheres negras representam 23,4% da população brasileira, o que equivale a mais de 41 milhões de mulheres. Delas, apenas 51,5% está inserida no mercado de trabalho e são as mulheres negras as maiores vítimas de violência, muitas delas assassinadas dentro de suas próprias casas.
A cada 10 feminicídios no Brasil, sete são de mulheres negras (Instituto Igarapé, 2020). Em 2016, 4.645 mulheres foram mortas, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras (dados do Ipea). Uma escalada de assassinatos de mulheres negras no país, que em 2020, totalizou 228 mil mulheres vítimas de violência.
Angela Davis diz que “quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” e, quando essas mulheres ocupam espaços de decisão trazem grandes avanços. Mulheres como Anielle Franco, Luciana Santos, Margareth Menezes e Marina Silva, MINISTRAS responsáveis por grandes conquistas.
Conquistas como o retorno e a reestruturação de programas essenciais às mulheres como Bolsa Família, que garante a segurança alimentar de famílias chefiadas por mulheres negras. Pela implementação do Minha Casa, Minha Vida com prioridade às mulheres chefes de família e mulheres vítimas de violência nos programas habitacionais. Por uma reforma tributária que zera impostos sobre a cesta básica e reduz impostos sobre absorventes.
O Espírito Santo elegeu a primeira deputada federal negra do estado, Jack Rocha, e foi ela a relatora da Lei da Igualdade Salarial, que garante que mulheres negras recebam salários iguais a homens e mulheres que exercem a mesma função, porque os dados apontam que mulheres negras ganham 46% menos em relação aos homens brancos.
E esse é o nosso compromisso. Trabalhar para garantir a participação plena e efetiva de mulheres negras na política, para que as políticas públicas sejam pensadas e efetivamente cheguem até elas. Na garantia de condições dignas e seguras para suas vidas.
É pelas mulheres negras que antes e por todas que ainda virão, que celebramos esse mês e reafirmarmos que em Vitória NENHUMA mulher será deixada para trás!
Vereadora Karla Coser (PT)
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Data de Publicação: quinta-feira, 27 de julho de 2023
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